“ Bepe, respeito sua opinião e gostaria que o mundo fosse receptivo às sinceridades. Contudo, este é um jogo para raposas velhas. Quem agir como macaco novo se estrepa. Sair pensando com o fígado para mover as peças nesse xadrez é para a militância que não pode permitir o retorno ao poder da plutocracia que tem o direito natural de roubar.
No dia que Lula, Dilma ou Cardozo abrirem a boca para bater na Lava Jato, serão cúmplices dos "criminosos". Se Lula e Dilma estão sobre o fio da navalha, cada vez mais o Capital também se coloca nessa posição. O capital tem dado os anéis esperando manter os dedos, mas está perdendo a mão (trocadilho infame). Esperavam que fosse breve, mas não está sendo.
Queriam ver Lula fora quando em 2005 surgiu a denúncia do mensalão. Acharam por bem sangrá-lo para derrotá-lo em 2006. Depois tentaram vencer a inexpressiva Dilma em 2010. Em 2014 o milagre de eleger alguém de cintura tão dura quanto Dilma se repete. Os caras desesperam porque Dilma com essa cinturinha não aceita a contra-dança de qualquer cavalheiro do Salão.
Daí vem o lado bom de tudo isso. Os esquemas estão desmoronando.
1 - Já não temos financiamento privado de campanha,
2 - a Petrobras tem sido higienizada, tal como os contratos de obras públicas.
3 - Fora isso, ao chegarmos perto de duas décadas de inclusão social na economia, na educação e na saúde, os espaços de disputa do poder especialmente na esfera do Judiciário também estará mais contagiada pela ascensão dos pobres. O Judiciário ainda respira ares de oligarquia, porque 13 anos parece muito, mas claro que não é. Pelas contas, agora devem estar chegando os primeiros promotores frutos dos programas de cota ou da capilarização do ensino superior.
4 - A cristalização dessa realidade é um perigo para a desigualdade brasileira e a plutocracia tem urgência em acabar com isso.
Tudo tem um preço, mas depois de pago, fica só o benefício. Enquanto isso, sejamos militância, pensando com a astúcia da raposa, agindo com a energia e alegria do macaco, sempre respeitando as conveniências. ”