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Alguma coisa se move na resistência a Temer

Nov 15, 2016

Por Bepe Damasco                                                                                                          

 

Os protestos contra o governo golpista, embora sigam recebendo do monopólio da mídia o menosprezo e a sabotagem de sempre, já emitem sinais preocupantes para o usurpador que roubou a cadeira da presidenta Dilma.

E isso tanto no plano objetivo como na esfera subjetiva. Entre as coisas que a vista alcança, a ocupação de mais de mil escolas e universidades em todo o país tem incomodado o governo golpista, fazendo com que o próprio Temer tenha vindo a público falar bobagem, menosprezando os estudantes e colocando mais lenha na fogueira. O efeito bumerangue não tardou a se tornar palpável, com mais ocupações.

As ocupações, fora o enfrentamento aberto que fazem aos ataques contra a cidadania (escola sem partido, reforma educacional e PEC 55, ex-PEC 24), significam que a resistência ao golpe atingiu outro patamar. Os jovens mostram que sem desobediência civil e ações heterodoxas que desafiem a "legalidade" dos opressores nenhuma peça se mexe no xadrez do jogo pela resgate da democracia.

Lembro que, aqui no Rio de Janeiro, nos surpreendemos quando 60 mil pessoas compareceram a um ato na Praça XV, antes da votação do impeachment na Câmara dos Deputados. A tal ponto que as pessoas presentes se confraternizavam na ilusão de que os bandidos que se preparavam para o golpe seriam sensíveis ao clamor das ruas.

Ledo engano. Veio uma sucessão de manifestações maiores não só no Rio mas também em São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Rio Grande do Sul, Pernambuco, Ceará e em tantos outros estados, até que ficou claro : fosse a resistência democrática capaz de colocar 10 milhões de pessoas nos protestos, ainda assim o golpe era fato consumado.

Fato consumado porque a mídia imunda tratava de esconder e diminuir o movimento antigolpe. Fato consumado porque suas excelências que compõem o Congresso mais abjeto da história da República não estão nem aí para a sociedade. A noite dos horrores de 17 de abril, na Câmara, e a patifaria generalizada do Senado depois escancararam as vísceras apodrecidas da expressiva maioria dos congressistas.

Com Temer no Planalto, a luta contra seu governo golpista se arrastava, com os meritórios e necessários atos nas grandes capitais. Nada de concreto se movia, no entanto. Até que a juventude deu o passo fundamental. Com a coragem, a energia e a rebeldia típicas de sua tenra idade, os meninos e meninas mostraram aos mais velhos como é que se faz. Se até a ONU reconhece como legítimas as formas de resistência à opressão fora dos contornos estritamente legais, arregaçaram as mangas e começaram a fazer história.

No Dia Nacional de Greves e Mobilizações por Nenhum Direito a Menos (11/11) ,que teve inegável abrangência nacional, dava para perceber nos semblantes dos manifestantes do Rio que se abre um novo ciclo na contenda pela democracia e para barrar a maior restauração conservadora já vista no país. É aí que entra a subjetividade que mencionei no início do texto.

Emboras as palavras de ordem e os protagonistas políticos sejam os mesmos, há no ar um sentimento difuso apontando para a inexorabilidade do avanço da resistência. Penso que o novo impulso psicológico tem a ver com a unidade crescente entre as entidades do movimento social e com a injeção de ânimo aplicada pelos estudantes nos demais lutadores sociais e políticos. Os governantes do PMDB, que faliram o estado do Rio de Janeiro, e agora querem esfolar os servidores e a população, devem igualmente colocar as barbas de molho.

 

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