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Lava Jato vê bolsonarismo como única boia de salvação

Ago 22, 2019

Por Bepe Damasco                                                                                 

                                                                                          

Nos últimos dias, a desmoralizada Operação Lava Jato voltou a dar o ar da graça. Acuada como jamais esteve, resolveu mostrar que ainda respira, ainda que por aparelhos. E o recado não podia ser mais claro: a força-tarefa de Curitiba se agarra como boia de salvação ao atrelamento incondicional aos interesses do bolsonarismo.

Diante do quadro atual marcado por acelerada perda de apoio e prestígio, mercê do impecável trabalho do The Intercept, procuradores e juízes outrora vistos como heróis do combate à corrupção agora não hesitam em partir para uma espécie de tudo ou nada contra a oposição. Ou seja, mais do que nunca a Lava Jato funcionará como correia de transmissão da agenda política do governo fascista. Quem viver verá.

Não por acaso, esta semana os holofotes da mídia se voltaram para o ex-candidato à presidência da República pelo PT, Fernando Haddad, e o ex-ministro da  Economia de Lula e Dilma, Guido Mantega. Haddad vítima de uma condenação absurda por suposto crime eleitoral e Mantega objeto de mais uma ação espetaculosa da Lava Jato.

Pode se argumentar que a sentença do Haddad diz respeito a crime de caixa 2 e partiu de um juiz eleitoral de 1ª instância, de São Paulo. Logo não tem relação com a Lava Jato.  Mas acreditar nisso equivale a botar fé que o meu amado, e combalido, Botafogo de Futebol e Regatas será campeão brasileiro este ano.

Sou capaz de apostar que Sérgio Moro e os procuradores da Lava Jato estão por trás da condenação infame de Haddad, um mero gesto de retaliação política visando abalar a imagem de uma das maiores lideranças da oposição, dono de um capital de 47 milhões de votos.

Cabe destacar que o fenômeno da partidarização e do uso da toga para fins políticos e econômicos está longe de ser exclusividade dos integrantes da Lava Jato, já que contaminou largas parcelas do sistema criminal de justiça do país.

Para ser ter uma ideia da manipulação grosseira que envolve o caso, Haddad já tinha sido absolvido pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, depois de provar que o delator da empreiteira UTC mentiu para incriminá-lo.

Aí entra em cena um magistrado da Justiça Eleitoral e o condena a quatro anos e meio de prisão, em regime semiaberto, por uma acusação que nem mesmo constava do processo: a produção de material gráfico inexistente durante a campanha para a prefeitura paulistana.

De tão insana, essa decisão certamente será derrubada pelas instâncias superiores do Judiciário. Mas,enquanto isso não ocorre, cumpre o objetivo de atirar lama em direção a um quadro importante do PT e da oposição.

Logo no dia seguinte ao anúncio da sentença condenatória de Haddad, a Lava Jato deflagrou sua 63ª fase, mirando em supostas propinas pagas pela Odebrecht aos ex-ministros Palocci e Guido Mantega. Mas de Palocci pouco se falou, poupado pela imprensa e pelos meganhas desde que se transformou em dedo duro, em cachorro da Polícia Federal.  

Exibindo o padrão de sempre – pirotecnia e longas entrevistas dos rapazes e moças do Ministério Público, cujo festival de ilações e conjecturas a imprensa toma como verdade absoluta -, o alvo pra valer da operação era Mantega. Para alvejar outra vez o destacado ministro da era petista, o MP não se constrangeu em requentar velhas acusações, as quais resultaram no passado em condução coercitiva, no dia em que sua falecida esposa operava um câncer, e mandado de prisão depois revogado.

Só que desta vez era preciso ir além e humilhar o ex-ministro. Para isso, nada como impor-lhe uma tornozeleira eletrônica e cassar seu passaporte. Vivendo seu “canto de cisne”, mas ainda se escorando  na Globo e nos militares, o estado policial sediado em Curitiba emite fortes sinais de que será cada vez mais agressivo contra os  adversários de Bolsonaro. E que se dane o estado democrático de direito.

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