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Para excluir o PT, falta combinar com o povo

Dez 13, 2019

Por Bepe Damasco                                                                                                                                           

 

Da mesma forma que o hegemonismo de alguns setores do PT, o maior partido da esquerda brasileira, não contribui para a formação das frentes políticas essenciais para o enfrentamento do fascismo, penso que também estão fadadas ao fracasso eventuais costuras progressistas que visam excluir o partido ou relegá-lo a uma condição incompatível com sua importância.

Digo isso porque vez por outra deparo nas redes sociais com manifestações, em sua maioria de ciristas assumidos ou escamoteados, mas também de simpatizantes e militantes de outros partidos do campo democrático-popular, menosprezando o papel do PT na conjuntura política atual.

Segundo os que defendem que vivemos uma era pós-PT, o antipetismo que grassa na sociedade inviabiliza o projeto de poder do partido. Outro mantra repetido por quem enxerga a política através dessas lentes é que “o lulismo acabou”, ou “o projeto do PT se esgotou”, ou “o PT tem que dar a vez para outro partido de esquerda”. Não por acaso, nesse grupo se encontram muitos  dos que clamam por uma autocrítica petista.

Tirando os ciristas dessa discussão, já que incluir Ciro Gomes como quadro da esquerda chega a ser risível, haja vista sua postura do segundo turno da eleição de 2018 para cá, não é possível decretar o fim do clico petista sem de certa maneira naturalizar o golpe de estado de 2016, o lawfare do qual Lula é vítima e que culminou com sua prisão infame e a cassação de sua candidatura pelo TSE, contrariando inclusive recomendação da ONU.

Em nome de um pilar fundamental de qualquer regime que se pretenda democrático, que é o repeito à soberania popular, não custa lembrar que o alegado final de linha para o PT não contou com o aval do povo brasileiro.

Senão vejamos: o PT cumpria seu quarto mandato à frente do governo da República, todos conquistados pelo voto popular, quando a presidenta Dilma teve sua gestão interrompida por um golpe midiático-judicial–parlamentar; Lula liderava todas as pesquisas, mesmo depois de preso, e venceria a eleição, provavelmente no primeiro turno, quando foi violenta e arbitrariamente impedido de concorrer.

Mesmo assim, o PT, vítima de uma campanha implacável de perseguição jamais vista na nossa história, lançou um candidato às pressas. E, numa campanha de apenas 37 dias, chegou ao segundo turno com cerca de 30% dos votos, mais do que o dobro de Ciro Gomes. De quebra, elegeu a maior bancada na Câmara dos Deputados, cinco governadores e seis senadores. No segundo turno, o candidato do PT obteve 47 milhões de votos.

Que fique claro: o PT cometeu erros no governo, e não foram poucos, embora o golpe tenha sido motivado por seus acertos. Contudo, só quem pode condenar o partido à insignificância é o povo. Isso não aconteceu e a julgar pela popularidade e prestígio que Lula ainda desfruta, e a queda vertiginosa da popularidade de Bolsonaro, isso não se desenha no horizonte de curto e médio prazo. O capital político, eleitoral e social do PT é reconhecido até por seus adversários.

Em tempo: estou convencido de que nas eleições municipais de 2020 o objetivo maior dos democratas e da esquerda é impor a mais dura derrota possível ao bolsonarismo. Por isso, o PT deve ceder a cabeça de chapa nas cidades onde os aliados têm mais chance de vitória, como no Rio de Janeiro e em Porto Alegre, com Marcelo Freixo e Manuela D’Ávila.

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