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Os pés de barro de Bolsonaro

Fev 06, 2021

Por Bepe Damasco                                                                                                                         

 

Foto Agência Senado

Desde quando comprar eleições para as mesas diretoras do Congresso Nacional e se jogar nos braços do fisiologismo vigarista do Centrão confere prestigio, popularidade e dá voto para um governante?

Desde quando tonar pública uma pauta de votações no Congresso Nacional, como fez Bolsonaro e seus aliados no Legislativo, voltada para o obscurantismo nos costumes e para a venda de patrimônio público, é capaz de alavancar projetos de reeleição?

Desde quando se pode esperar um mar de rosas na relação do governo com os políticos do Centrão, uma vez que a conhecida voracidade desta turma de péssima imagem pública por cargos e verbas será um obstáculo para Guedes entregar ao mercado as “reformas” e as privatizações?

Desde quando o controle da Câmara e do Senado tem o condão de elevar os índices de aprovação do governo mais mal avaliado, para o mesmo período, desde a redemocratização do país?

Desde quando um Congresso liderado por Rodrigo Maia e Alcolumbre ofereceria melhores condições para a tramitação de processo de impeachment contra Bolsonaro, haja vista que a composição reacionária é a mesma e o ex-presidente da Câmara sentou em cima de nada menos do que 62 pedidos de impeachment?

Na minha visão, é exagerado, para não dizer alarmista, o pessimismo que tomou conta de militantes e dirigentes da oposição de esquerda depois da vitória do Centrão no Congresso. É certo que o grau de dificuldade aumenta para os que lutam nas instituições e na sociedade contra a destruição do país. Mas o quadro anterior já era duro para o campo progressista.

Em contrapartida, cresce a reprovação popular ao governo neofascista, especialmente no que toca à política da morte adotada diante da pandemia do novo coronavírus e ao fim do auxílio emergencial. Além disso, as pesquisas mostram um aumento considerável do apoio à proposta de impeachment do presidente genocida.

A despeito do necessário isolamento social imposto pela pandemia, é digno de registro o impulso tomado pela campanha pelo impeachment, vacina para todos e pela volta do auxílio emergencial. Por meio de  carreatas que ganham corpo no país inteiro, tem sido possível levar para as ruas a repulsa ao governo. Temos o direito, portanto, de projetar uma mobilização crescente à medida que as pessoas sejam vacinadas.

Mas a ansiedade, embora justificável diante da desgraça que se abateu sobre o país, não é boa conselheira. A bandeira do impedimento de Bolsonaro dever ser vista como uma luta prolongada com potencial para jogar nas cordas e desgastar ainda mais o governo.

Os democratas norte-americanos optaram por essa tática quando, um ano antes das eleições, apresentaram uma proposta de impeachment de Trump, mesmo sabendo que, embora fosse aprovado na Câmara, não teria chances no Senado, então de maioria republicana. Mas valeu a pena pelo ganho político.

Quase todos os elementos a demonstrar a força de Bolsonaro se situam à margem da democracia: controle da Polícia Federal, da PGR, das polícias militares e das milícias.

Muita água ainda vai passar por baixo da ponte até 2022. No entanto, se a disputa eleitoral se der estritamente dentro regras do estado de direito democrático, Bolsonaro caminha para repetir seu guru Trump: vociferar, espernear, mas depois seguir para casa com o rabo entre as pernas.

 

 

 

 

 

 

 

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