Erro
  • Erro ao carregar arquivo XML
  • http://blogdobepe.com.br/templates/sj_tech/templateDetails.xml
  • XML: failed to load "http://blogdobepe.com.br/templates/sj_tech/templateDetails.xml": No such file or directory

Governo mantém ressalvas ao PL Antifacção, afirma Gleisi

Nov 12, 2025

Por Brasil 247                                                                         

Foto: Evaristo Sá/AFP

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou nesta terça-feira (11) que o governo federal ainda vê “quatro pontos preocupantes” no relatório do chamado PL Antifacção, em análise na Câmara dos Deputados. O texto, elaborado pelo relator e deputado federal Guilherme Derrite (PL-SP), busca criar um novo marco legal para o enfrentamento ao crime organizado, mas enfrenta resistência do Palácio do Planalto.

A informação foi divulgada pelo portal g1, que detalhou as reuniões realizadas no Palácio do Planalto entre Gleisi, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e integrantes da Casa Civil. Segundo a reportagem, uma nota técnica será apresentada nesta quarta-feira (12) para listar os pontos do relatório considerados problemáticos pelo governo.

Durante entrevista, Gleisi afirmou que, se mantidas as alterações do relator, “comprometem também a eficácia do projeto e da lei no combate às facções criminosas”. A ministra disse que o governo está pronto para o debate, mas defende mais tempo para ajustes. “Pela complexidade da matéria, seria importante a gente ter um tempo a mais para podermos arredondar todos os pontos”, declarou.

Um dos principais impasses está na mudança do tipo penal criado para punir facções criminosas. O texto original do Executivo propunha distinguir “facção criminosa” de “organização criminosa”, mas o relatório substitui o termo por “domínio social estruturante”. Para Gleisi, a nova redação “dificulta o entendimento do termo para a sociedade”. Ela explicou que a facção criminosa é uma estrutura mais sofisticada, com domínio territorial, econômico e transnacional, enquanto a organização criminosa é um tipo mais elementar. “Criamos o tipo de facção exatamente para fazer essa diferenciação”, ressaltou.

O terceiro aspecto de divergência envolve a apreensão de bens. O projeto original previa que as facções perderiam seus bens logo no início das investigações, como forma de enfraquecer financeiramente as organizações. A nova versão, no entanto, determina que a perda de bens só ocorra após o trânsito em julgado da sentença condenatória. “Você corre o risco de não ter como capturar esses bens, não ter como asfixiar financeiramente a organização criminosa”, criticou Gleisi.

A ministra também demonstrou preocupação com as mudanças propostas nos fundos de segurança pública, que, segundo ela, diminuem os recursos destinados à Polícia Federal. Embora Derrite tenha recuado na retirada de atribuições da corporação, o texto mantém dispositivos que afetam seu financiamento. “Ao esvaziar os fundos federais e distribuí-los entre os estados, não sobra nada para o federal. Isso nos preocupa muito porque a Polícia Federal precisa de recursos para suas operações”, afirmou.

Apesar das divergências, o governo reconhece avanços nas últimas versões do relatório. O deputado Derrite retirou trechos que modificavam a Lei Antiterrorismo e dispositivos que poderiam ampliar as competências da Polícia Federal, pontos que desagradavam tanto o Executivo quanto a corporação. “Em relação à Polícia Federal, nós não temos nenhuma negociação de fragilização. Isso não está no nosso horizonte”, enfatizou Gleisi.

Mesmo reconhecendo avanços, o Palácio do Planalto insiste em que os ajustes técnicos e jurídicos são indispensáveis antes da votação em plenário. Gleisi concluiu que o governo está “preparado para o debate em plenário”, mas continuará empenhado em “aperfeiçoar o texto para garantir a efetividade do combate às facções criminosas”.

Mídia

Deixe um comentário

Certifique-se de preencher os campos indicados com (*). Não é permitido código HTML.


Anti-spam: complete the task

Vídeos