Vagner disse que viu de perto como o preconceito pode afetar a saúde do homem. “Meu pai tem 77 anos e só fui conseguir com que fizesse o exame no ano passado. O tema da saúde pública é mal e porcamente discutido e com a elevação da cultura reacionária, até assuntos como esse serão difíceis de se tocar”, apostou.
Cultura machista
Secretária Nacional de Saúde do Trabalhador, Madalena da Silva, lembrou que o homem vive 7,2 anos a menos que a mulher, mesmo com toda a desigualdade no mundo do trabalho, e isso pode ser explicado pela falta preocupação em se cuidar.
“A Política Nacional de Saúde para o Homem é nova, vem de 2009, mas espero que ajudemos a entender a necessidade de se cuidar, porque isso também é estar pronto para a luta.”
Para o secretário de Saúde do Trabalhador da CUT-SP, Wagner Menezes, o Marrom, cabe aos dirigentes reverter o preconceito contra o diagnóstico ao câncer de próstata. “Eu já passei por isso e é um exame como outro qualquer.”
A médica Ana Lúcia Cavalcanti defendeu que é preciso desmistificar o machismo que faz os homens morrerem.
“Temos a maior taxa de incidência desse tipo de câncer nos países desenvolvidos, provavelmente porque as pessoas têm maior acesso a exames, à informação e menos preconceito.”
Dados
A próstata é uma glândula que só o homem possui e que se localiza na parte baixa do abdômen. O câncer de próstata se manifesta normalmente após 50 anos e tem tempo grande de desenvolvimento silencioso. Habitualmente, só é perceptível quando o homem começa a ter problemas urinários e o caso já avançado. A média de idade de diagnóstico é de 66 anos
Seis em cada 10 casos são diagnosticados após 65 anos. Se detectado no início, tem grande chance de cura e, a partir de 50 anos, é necessário fazer exame de rotina. A idade, portanto, é um fator de risco.
Para mais informações, clique aqui e acesse o documento preparado pela CUT que trata do tema.