São Paulo – A Lagoa de Itaipu, em Niterói (RJ), está ameaçada pela especulação imobiliária. Desde 2015, o local sofre com a possível construção de um complexo residencial com mais de 200 prédios em suas margens. Para barrar a obra, moradores pedem que a prefeitura inclua o terreno como Área de Proteção Permanente (APP) no novo plano diretor da cidade.
A construção dos edifícios prejudicaria esportistas e pescadores da região, além de aumentar a poluição da lagoa. "A lagoa é a indústria dos pescadores. É um berçário de caranguejo, camarão, ovina, tainha e linguado. Eles estão querendo poluir mais do que já está. Vai acabar com a pesca na lagoa, que já reduziu 20%", denuncia o pescador Jorge Nunes de Souza, em entrevista à repórter Viviane Nascimento, da TVT.
Os moradores pedem que seja incluída no plano diretor de Niterói a demarcação das áreas dos patrimônios ambiental, cultural, social e cênico de Itaipu e seu entorno. A ação impediria a construção do condomínio.
No último domingo (22), centenas de pessoas realizaram uma manifestação na lagoa. "Vamos exigir que o prefeito considere que todo entorno da lagoa seja Área de Proteção Permanente. Esse é um dispositivo legal, previsto no Código Florestal, que assegura definitivamente a área como não-edificante. Não tem como privatizar a lagoa, ela é publica", afirma a ativista Alba Simon.
O empreendimento foi viabilizado após parte do terreno ser excluída do Parque Estadual da Serra da Tiririca (Peset) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em 2015.
"A população quer ser ouvida pela pelas autoridades, pela Câmara, pela prefeitura, porque a gente não aguenta mais tanto descaso e desconsideração com o nosso patrimônio que amamos e cuidamos", acrescenta Alexandre Nascimento, do Movimento Lagoa Para Sempre.