Uma comitiva da direção central do CPERS (Centro de Professores do Estado do Rio Grande do Sul) acompanhada de educadores(as) dos núcleos de Porto Alegre dirigiu-se, na tarde desta quinta-feira (1º), à Secretaria Estadual da Fazenda para questionar o titular da pasta sobre o atraso salarial dos servidores e o não repasse sindical que pela primeira vez não foi depositada até o último dia do mês.
A presidente e o 2º vice-presidente do CPERS, Helenir Aguiar e Edson Garcia, respectivamente, bem como Miguel Corrêa, secretário-geral do Sindicaixa-RS, foram recebidos pelo secretário Luiz Antônio Bins.
Luiz confirmou a intenção do governo em pagar a primeira faixa salarial apenas no dia 12 de novembro, enquanto o repasse do recurso aos sindicatos, descontado da folha dos próprios servidores, deve ser realizado no dia 9.
Helenir reiterou o pedido de transparência e organização do Governo do Estado, cuja imprevisibilidade no pagamento tem levado a categoria ao adoecimento.
“São 35 meses de atraso e nunca sabemos quando e quanto dinheiro vai entrar na conta. É uma tortura psicológica. Se o governo não vai pagar em dia, é preciso ter ao menos um calendário, porque as pessoas estão batendo à nossa porta perguntando como vão pagar suas contas”, afirmou a presidente do CPERS.
Presentes na mobilização em frente à Secretaria, as educadoras Juliana Mendes, Cristiane Vasconcelos e Maria Hisami Torii registraram um Boletim de Ocorrência contra o Governo do Estado pelo não pagamento dos salários. Maria conta que, pela primeira vez na vida, não tem dinheiro para comprar itens básicos para a casa, como produtos de limpeza.
“Isso desestrutura a nossa vida. Estamos sempre ameaçadas no Serasa e no SPC e não temos mais crédito, pois pagamos juros para receber o que é fruto de uma vida inteira de trabalho. Não tem mais como segurar o prejuízo”, conta a agente educacional.
Repasse sindical
Em coletiva à imprensa pela manhã, Helenir denunciou a apropriação indébita do dinheiro do repasse a sindicatos pelo governo Sartori. A contribuição, descontada em setembro do salário dos servidores filiados, ainda não foi repassada.
“Estes recursos não vêm do governo, mas sim do bolso dos nossos sócios. Ele está se apropriando de um dinheiro que não é público, é privado porque é da entidade. Isso caracteriza apropriação indébita”, pontuou Helenir.
O não repasse reflete diretamente nas condições para a organização e a mobilização das categorias, bem como na garantia dos direitos dos trabalhadores que atuam nas entidades. O CPERS, atualmente, conta com mais de 83 mil filiados que contribuem com o Sindicato e mantém cerca de 110 funcionários.