Foto: Divulgação
Nem o mais pessimista dos bolsonaristas poderia imaginar há alguns meses que uma pesquisa, como a do Ipec divulgada ontem, a 27 dias da eleição, pudesse trazer dados tão preocupantes.
O antigo Ibope mostrou que Lula, além de não ter perdido pontos com o debate, oscilou positivamente dois pontos na pesquisa espontânea, passando de 40% para 42%.
Na estimulada, estabilidade: Lula 44% ( mesmo percentual da última). Bolsonaro 31% (oscilou negativamente um ponto), Ciro 8% (oscilou para cima 1 ponto) e Simone Tebet 4% (também um ponto de oscilação positiva)
Mas o ex-presidente subiu de forma expressiva entre os mais pobres, que ganham entre um e dois salários mínimos e são a maioria do eleitorado: 47% a 31% no levantamento anterior e 49% a 26% neste.
Se levarmos em conta que esse é o público alvo do Auxílio Brasil e do vale gás, veremos que o tiro da farta distribuição de dinheiro às vésperas da eleição está saindo pela culatra.
A pesquisa presencial do Ipec, cujos entrevistadores foram a campo sexta-feira, sábado e domingo últimos (ou seja, espremeu todo o caldo do debate), revela ainda a consolidação da liderança de Lula no maior colégio eleitoral do país, o Sudeste, com 11 pontos percentuais de vantagem.
Mas, talvez a pior notícia para Bolsonaro seja sua desaprovação. Todo candidato à reeleição é prisioneiro da avaliação que o eleitorado faz de seu governo. E, a esta altura, o capitão segue com um índice de reprovação altíssimo: 57% dos brasileiros e das brasileiras reprovam sua maneira de governar.
É certo que não se pode subestimar o jogo sujo da bandidagem fascista. Não tem nada ganho ainda. Mas também é fato que o número de cartas na manga de Bolsonaro está se reduzindo dramaticamente.
Restam a micareta golpista de 7 de setembro, fake news em profusão e muita baixaria. Mas 2022 não é 2018. Não será tão fácil enganar o eleitor desta vez.
---------------------------------------------------------------------------------------------------
Verdade na rede
É o nome da plataforma criada pela campanha de Lula para receber denúncias de fake news divulgadas pela bandidagem bolsonarista. A iniciativa é muito importante. Essa ferramenta vai facilitar o combate às mentiras que infestam a campanha eleitoral, método fascista já usado à larga em 2018. Anote o endereço eletrônico: www.verdadenarede.com.br.
Todo mundo devendo
Os dados são da Confederação Nacional do Comércio: nunca o Brasil teve tanta gente endividada como no momento atual. Nada menos que 79% das famílias estão às voltas com dívidas. E o número de pessoas com pagamento de contas em atraso não para de subir: só no mês de agosto cresceu 29,6%. Acertou em cheio a campanha de Lula ao assumir o compromisso de criar mecanismos de renegociação dessas dívidas que tiram o sono das pessoas.
“Risco de violência política”
Este foi o argumento usado pelo ministro Edson Fachin do STF para conceder três liminares limitando os efeitos de decretos de Bolsonaro que facilitaram o uso de armas de fogo e a compra de munição. As ações foram apresentadas pelo PT e PSB. Em sua decisão, o ministro alegou caráter de excepcional urgência diante da aproximação da eleição. Segundo Fachin, o acesso às armas e munições “exaspera o risco de violência política.”
Dia da Amazônia
Nesta segunda-feira, 5 de setembro, celebrou-se o Dia da Amazônia, instituído pela Lei Federal 11.621, durante o segundo mandato de Lula. Mas não há motivos para comemorações, pois o desmatamento da Amazônia Legal é o maior dos últimos 15 anos. Ouvido pela Rede Brasil Atual, o presidente do Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental, Carlos Bocuhy, disse que o desmantelamento do monitoramento e da fiscalização – medidas tomadas pelo governo Bolsonaro - culminaram na aceleração da destruição da Amazônia.