Diante da consagração nas urnas de destacadas figuras do bolsonarismo, que vão de gente com as mãos sujas de sangue, como é o caso do general Pazuello, até uma penca de milicianos e mercadores da fé, passando por toda sorte de inimigos do regime democrático, os comentaristas da GloboNews, na noite deste domingo, dedicaram um bom tempo ao debate sobre as causas e consequências da permanência, em 2022, da onda conservadora de 2018.
2 de outubro de 2022 ficará marcado como o dia em que parcela considerável da população brasileira emitiu um claro sinal de que não vê nada demais em um governo não comprar vacinas para salvar a vida das pessoas, que vê como apenas uma brincadeira o chefe do Executivo imitar um ser humano morrendo de falta de ar devido à inexistência de respiradores e que é natural um presidente da República debochar da morte alheia.
A verdade aterradora é que, tal qual seu líder, são seres desprovidos de empatia e não estão nem aí para a morte de 700 mil pessoas.
E as urnas disseram mais: muita gente se identifica com os ataques à democracia, com as ameaças às instituições e à imprensa, com a pregação de golpes de estado, com ideias racistas, misóginas e homofóbicas, com a eliminação física de adversários políticos, com a transformação de púlpitos de igrejas em palanques para a propagação do ódio.
Para esse contingente de brasileiros, merece aplausos quem faz parte, apoia ou incentiva a ação criminosa de grupos milicianos.
O Rio de Janeiro que o diga.
Decididamente, conservadorismo é outra coisa. Isso, na minha visão, é manifestação explícita de adesão à ideologia fascista.
Estes homens e mulheres, embora numerosos, felizmente não formam a maioria do nosso povo. Lula obteve 57 milhões de votos, votação recorde para um candidato a presidente em primeiro turno no Brasil. Com pouco mais de um pontinho percentual, teria sido eleito.
Mas quem disse que seria fácil? Vamos em frente. É muita rua até 30 de outubro.
Venceremos.