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A incrível história do goleiro de 105 Kg

Mai 22, 2019

Por ESPN                                                                        

 

 

Nesta quarta-feira, o Sampaio Corrêa recebe o poderoso Palmeiras, às 19h15 (de Brasília), no Castelão, em São Luís-MA, pelas oitavas de final da Copa do Brasil.

E quando essas duas equipes se enfrentam, é impossível não lembrar do histórico confronto válido pela Copa do Brasil de 1992, que levou Juvenal Marinho dos Passos ao estrelato nacional.

Talvez você não se lembre dele pelo nome de batismo, mas certamente já deve ter ouvido seu apelido: Juca Baleia.

O ex-arqueiro ficou famoso por ter grandes atuações nos dois confrontos contra o Verdão, em julho daquele ano, pela primeira fase do torneio mata-mata nacional.

Apesar do Sampaio ter perdido os dois jogos (1 a 0 no Castelão, 4 a 0 no Parque Antárctica), Juca impediu que a equipe gerida pela Parmalat, que tinha nomes como César Sampaio no meio-campo e Sorato no ataque, fizesse placares ainda maiores.

Sua melhor atuação foi no jogo em São Luís, quando jogou tão bem que Carlos Gallo, titular da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1986 e titular do Palmeiras à época, fez questão de trocar camisas com ele.

E vale lembrar: Juca fez tudo isso ostentando portentosos 105 kg, além de uma forma física que em nada lembrava um atleta profissional.

"O jogo contra o Palmeiras, em 1992, é o mais importante da minha carreira. Ali fiquei conhecido no Brasil todo e até hoje sou reconhecido por isso. Realmente foi o jogo da minha vida, e uma das melhores partidas que já fiz até hoje. Todos acharam que o Palmeiras ia nos atropelar, mas não foi nada disso", exaltou o ex-jogador, à ESPN.

"No primeiro jogo, eu recebi muitos elogios de todos. Nunca esqueço que o Carlos Gallo, que foi um dos maiores goleiros da história do Brasil, falou comigo depois da partida e trocamos camisas. O César Sampaio também conversou bastante comigo, e mantive contato com ele por muitos anos", lembrou.

Juca Baleia conta que os adversários frequentemente subestimavam suas habilidades, já que ele não era muito alto e também possuía uma barriguinha saliente. No entanto, ele garante que compensava com outras qualidades.

"Eu fiz várias grandes defesas nas duas partidas. Mesmo com a minha altura, que é 1,76 m, e meu peso, que na época estava em 105 kg, eu tinha como pontos fortes o posicionamento e as saídas do gol, que eram muito boas. Fui bombardeado, mas fiz belíssimas defesas e seguramos o ataque do Palmeiras da Parmalat, que era muito forte", recordou.

"Eu estava em uma noite inspirada, o jogo tinha tudo para terminar 0 a 0, o que seria algo histórico para o Sampaio. Pena que levei um gol de um chute quase despretensioso do Tonhão, quase na pequena área", lamentou, recordando o tento marcado pelo zagueiro palestrino, aos 25 minutos do segundo tempo, que acabou sendo o único daquela noite no Castelão.

"Quem não me conhecia, muitas vezes não acreditava na minha agilidade. Lembro que uma vez fomos para Angola jogar um amistoso, em 1987, e logo que eu cheguei começaram a falar: 'Não é possível que ele seja o goleiro'. Mas, graças a Deus, me saí muito bem", festejou.

As defesas feitas por Juca Baleia no jogo em São Luís repercutiram no Brasil todo. E quando o Sampaio Corrêa foi ao Palestra Itália para disputar o duelo de volta, até mesmo os torcedores do Palmeiras tietaram o arqueiro rival.

"Na partida de volta, a receptividade para nós, especialmente para mim, foi algo inesquecível. Era acima do normal", relatou, antes de recordar uma grande história que o marcou e faz as emoções aflorarem até hoje.

"Eu não esqueço que um garoto palmeirense veio me pedir um autógrafo. Eu nem acreditei! Um segurança não queria deixar ele entrar no campo, mas ele conseguiu. Eu assinei a camisa e uma revista. Era um menino meio gordinho, e ele me disse que queria ser goleiro, pois tinha me visto jogar em São Luís e achou legal. Isso me marcou. Ele deve ter seus 35 anos hoje, tomara que ainda guarde essa camisa! (risos). São coisas que só o futebol faz pela gente! É algo que me deixa muito feliz e orgulhoso, mesmo depois de 27 anos", emocionou-se.

APELIDO E CARREIRA

Juca dá risadas ao lembrar a origem do apelido que carrega até hoje.

"O apelido surgiu por causa da baleia Moby Dick, ainda na escola. Fiquei com ele para vida. É um apelido que eu gosto e virou uma marca (risos). Eu jogava handebol, baquete e vôlei. Sempre tirei de letra e levava no bom humor. Depois, ganhei o apelido de 'Baleia Voadora' quando me destaquei no futebol maranhense, a partir de 1984", contou.

Ser goleiro, porém, não estava inicialmente em seus planos.

"Eu comecei como centroavante em times amadores, mas um dia faltou um goleiro e me mandaram para defender. Eu passei a me destacar e fiquei na posição. No juvenil, me chamaram para o Sampaio Corrêa, onde fiquei até estourar a idade", relembrou.

"Como profissional, eu fui para no Expressinho, depois voltei ao Sampaio. Joguei no Maranhão, Bacabal e voltei depois ao Sampaio Corrêa. Em quatro anos, fui tricampeão estadual, aí aposentei em 1994", relatou.

Atualmente, Juca Baleia segue envolvido no futebol maranhense e também trabalha como comentarista na televisão.

"Eu não saí do futebol, que é minha grande paixão. Além disso, sou formado em educação física. Trabalho hoje como comentarista da afiliada da Rede TV! no Maranhão, e também estava em duas rádios. Além disso, sou diretor do Santa Quitéria, time da 1ª divisão do Maranhense. Vamos participar do Campeonato Brasileiro feminino", exaltou.

Questionado sobre seu palpite de resultado para o jogo desta quarta, entre o atual campeão brasileiro e o Sampaio, que milita na Série C, Juca fez mistério.

"O Palmeiras é uma grande equipe e tem todo o favoritismo, não há qualquer dúvida. O Sampaio tem uma equipe intermediária, ainda está em busca de alguns ajustes. Mas o futebol é imprevisível... Quem sabe o ano de 1992 não volta e o Sampaio não possa surpreender de novo...", finalizou.

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