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O Klopp que as câmeras não mostram

Mai 31, 2019

Por ESPN                                                                             

 

Hoje finalista da Uefa Champions League pela segunda vez seguida pelo Liverpool, Jürgen Klopp era pouco conhecido fora da Alemanha há dez anos. O técnico que acabara de trocar o Mainz 05 pelo Borussia Dortmund, porém, já indicava vocação para um perfil midiático, uma vez que tinha experiência como garoto-propaganda em comerciais televisivos e como comentarista.

Desde então, esse potencial se confirmou, assim como seu talento para ser treinador. Ao passo que ampliava sua legião de fãs – fossem eles torcedores ou não do Dortmund – com suas entrevistas irreverentes e suas comemorações exaltadas, ele, acima disso, ia construindo uma das maiores carreiras do futebol neste século.

“É uma pessoa muito espontânea. O que mais me marcou foi o gol que fiz no Málaga pela Champions. A reação dele foi bem engraçada. Eu nunca tinha visto um treinador sair correndo daquele jeito do banco de reservas para a bandeirinha de escanteio para comemorar com a gente”, conta o zagueiro Felipe Santana, que defendeu o Borussia Dortmund entre 2008 e 2013, ao ESPN.com.br.

O jogo mencionado pelo brasileiro foi a vitória por 3 a 2 pelas quartas de final da Uefa Champions League 2012-13, com dois gols aurinegros nos acréscimos. Naquela campanha, o Dortmund iria até a decisão, perdendo para o Bayern de Munique.

“Não foi só aquele dia, tiveram outras ocasiões em que ele fez isso e saiu para comemorar conosco. Foram detalhes que no fim fizeram com que nossos títulos tivessem brilho.”

O técnico pegou um Dortmund se recuperando de crise financeira e o transformou em bicampeão alemão, finalista de Champions e campeão da Copa da Alemanha, com vitória por 5 a 2 sobre o Bayern de Muniquena final.

Um início de campanha ruim na Bundesliga 2014-15 fez com que clube e técnico optassem pelo fim do casamento ao término da temporada, após sete anos. Klopp saiu como um ídolo incontestável no Borussia Dortmund, e já em outubro de 2015 começaria a construir uma nova história de sucesso. Desta vez no Liverpool.

No sábado, o técnico irá à final da Uefa Champions League pela terceira vez e tentará ganhar seu primeiro título pelos Reds.

Sua reputação é incontestável, o sucesso, inegável. Além disso, continua ganhando mais e mais fãs pelo seu perfil brincalhão e maluco. Mas nem sempre é assim.

“Ele é um cara alemão. Politicamente correto mediante às câmeras, sabe trazer esse lado midiático para ele. De interagir com o repórter, de brincar, sempre fazendo piadas. Mas no dia a dia ele é uma pessoa totalmente diferente. Ele cobra muito a questão de excelência e concentração. Claro que, entre um treino e outro, tinha uma brincadeira, mas ele é um alemão. Na hora de brincar, ele brinca, mas na hora de treinar e fazer as coisas certas, ele é muito rigoroso”, diz Felipe Santana.

Outro ‘segredo’ do treinador era o seu auxiliar. Željko Buvač trabalhou com Klopp desde 2001, no Mainz, quando ambos começavam na carreira, até abril de 2018, quando o assistente afastou-se do cargo. A saída em definitivo de Buvač foi confirmada em janeiro deste ano.

“Klopp não é o treinador de fato. O auxiliar dele, o Željko Buvač, que é treinador técnico. O Klopp é o tático e emocional. Não teria como credenciar toda essa química a ele sozinho. 50% do que o Klopp é, é graças ao Buvač.”

Felipe Santana ainda falou sobre o grande poder de motivação de Klopp e as semelhanças entre o Dortmund e o Liverpool comandados pelo alemão. Confira trechos da entrevista:

Auxiliar é metade do segredo

Ele chegou lá com as convicções certas da metodologia que gostaria de trabalhar. Klopp não era o treinador de fato. O auxiliar dele, o Željko Buvač, que era treinador técnico. O Klopp é o tático e emocional. Não teria como credenciar toda essa química a ele sozinho. 50% do que o Klopp é, é graças ao Buvač. O fato de você ver seu treinador gritando e correndo à beira do gramado assobiando, ele é muito enérgico, ajuda muito dentro de campo. A parte técnica quem fazia era o auxiliar.

Borussia Dortmund recriado em Liverpool?

Eu vejo muitas semelhanças, só muda os nomes. Eu acredito que a nossa zaga era mais estável. Mas do meio pra frente vejo muitas semelhanças na forma de jogar. Uma marcação alta e pressiona muito forte. Isso facilita muito a vida dos zagueiros. Geralmente, sobra só uma bola mastigada já e sob pressão. Isso ajuda muito. No ataque, a genialidade da nossa equipe era igual a dele. Nosso garoto de ouro era o Götze, e hoje é o Salah. Vive um momento maravilhoso. Ele é a cereja do bolo, mas os caras que estão ao lado dele dão muito suporte, como o Mané e o Firmino. Na nossa equipe era o Lewandowski e o Marco Reus que davam sustentação ao Mario. Não vejo nada de diferente do que eles fazem hoje daquilo que fazíamos no Borussia.

Naquela final contra o Bayern, não foi um jogo que teve uma superioridade de uma equipe. Foi uma partida jogada. Perdemos a cereja do nosso bolo, porque o Mario sentiu outra vez uma lesão que havia sentido na semifinal. Ele era nossa arma letal. No Liverpool, ele chega com todos os jogadores com 100% de poder físico e muita vontade.

Brincalhão e midiático? Nem sempre

Ele é um cara alemão. Politicamente correto mediante às câmeras, sabe trazer esse lado midiático para ele. De interagir com o repórter, de brincar, sempre fazendo piadas. Mas no dia a dia ele é uma pessoa totalmente diferente. Ele cobra muito a questão de excelência e concentração. Claro que, entre um treino e outro, tinha uma brincadeira, mas ele é um alemão. Na hora de brincar, ele brinca, mas, na hora de treinar e fazer as coisas certas, ele é muito rigoroso.

Ele sabe aplicar a lei do não. Tem momentos que pode brincar? Sim. Pode brincar? Não. Isso faz toda a diferença quando tem o propósito de controlar uma equipe toda e seus jogadores. Sem contar a gestão de jogadores, sempre bom ter jogadores que confiem no seu trabalho e saibam aplicar a sua filosofia de jogo, caso os titulares não possam jogar.

Perfil

Ele é uma pessoa muito espontânea. O que mais me marcou foi o gol que fiz no Málaga pela Champions. A reação dele foi bem engraçada. Eu nunca tinha visto um treinador sair correndo daquele jeito do banco de reservas para a bandeirinha de escanteio para comemorar com a gente. Foi legal ele ali naquele bolo e gritando com a gente como se fosse um jogador. Os atletas pulando por cima dele também. (risos). Foi legal demais ver aquilo. Não foi só aquele dia, tiveram outras ocasiões em que ele fez isso e saiu para comemorar conosco. Foram detalhes que no fim fizeram com que nossos títulos tivessem brilho.

Motivação

Era muito raro ele colocar algum vídeo motivacional antes de alguma partida. Claro que em uma dessas ocasiões foi na final da Champions. O resto ele não costuma fazer. Ele costumava dizer que não precisávamos de motivação maior do que irmos jogar no Signal Iduna Park (estádio do Borussia Dortmund) lotado, independentemente da nossa situação na tabela. E que tínhamos a responsabilidade de tornar melhor o final de semana das pessoas que estavam indo nos ver. 'Vocês tem a possibilidade de fazer o final de semana dos outros bom. Então, gostaria de falar para que vocês se motivem com isso'. Nisso ele era um p... de um treinador, na parte motivacional sempre foi muito forte.

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