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Barça em crise : o que significa o ataque de Messi a um dos seus chefes

Fev 05, 2020

Por ESPN                                                                                            

 

Não se engane: a decisão de Lionel Messi de ir ao Instagram e atacar a entrevista em que o diretor esportivo Eric Abidal culpava os jogadores pela demissão de Ernesto Valverde é um desafio direto à hierarquia do Barcelona.

É também o tipo de coisa que acaba em dos três jeitos: Abidal retira o que disse e se desculpa com Messi e seus companheiros, o Barcelona busca um novo dirigente (e talvez um novo presidente nas próximas eleições) ou Messi deixa o clube.

Ainda que a última seja tão improvável quanto o Liverpool perder a Premier League nesta temporada, é ainda, teoricamente, uma possibilidade.

Na verdade, se fosse qualquer outro jogador em qualquer outro clube, a ideia de Messi ir embora não seria tão absurda. Afinal, é uma pessoa lavando a roupa suja do clube em público – e não é qualquer roupa, é a do seu chefe.

Se Messi se incomodou com a entrevista de Abidal e entendeu que ele estava justificando a queda de Valverde no último mês implicitamente o culpando e a outros líderes do elenco – e não há outra forma de entender a publicação do argentino – a ação mais lógica seria pegar o telefone ou ir direto ao escritório do dirigente e confrontá-lo.

Ao deixar de lado o protocolo, a dupla se conhece a 13 anos, foram companheiros por seis temporadas. Não seria uma reclamação de RH, seria o mais civilizado a se fazer.

Mas Messi preferiu ir a público, o que só pode significar duas coisas. Ou o relacionamento com Abidal é muito pior do que o imaginado ou ele está tão incomodado em ser taxado de “duas-caras” (afinal, havia defendido Valverde) que agiu sem pensar nas consequências. O que não parece, porém, ser do feitio de Messi, por isso tamanha repercussão à publicação nas redes sociais.

Messi é uma pessoa que raramente se descontrola em campo. Não fala muito e, quando fala, costuma ser monossilábico. Em sua carreira, o que mais se aproxima do desabafo contra a entrevista de Abidal foi quando ele anunciou a aposentadoria da seleção argentina depois da Copa América Centenário em 2016, pressionando a equipe de seu país. Aquilo partiu de um momento de fúria e mágoa. Assim como a situação atual...

É o tipo de raiva que o fará juntar suas coisas e ir embora? Provavelmente não, mas se Messi quiser ir embora, as condições estão a seu favor. Seu contrato vai até junho de 2021, o que lhe dá vantagem para buscar uma transferência na próxima janela, quando terá 33 anos. Isso sem falar na cláusula de seu contrato revelada recentemente que o permite ficar livre do vínculo ao final da temporada. O Barcelona, claro, trabalha para renovar o contrato, mas depende de Messi.

Naturalmente, o clube fica em posição de desvantagem – e não apenas Abidal, mas também o presidente Josep Maria Bartomeu. Afinal, você não se torna o dirigente máximo adquirindo ações do clube. Você tem que ser eleito por associados, e nada dificultaria mais uma reeleição no pleito previsto para 2021 – mas que, a esta altura, pode ser antecipado para julho de 2020 – do que Messi apoiando publicamente outro candidato. Bartomeu já não é a pessoa de popularidade mais alta entre os sócios, segundo as pesquisas, mas a ajuda de Messi poderia fazer até um cone presidente.

Por isso, no curto prazo, você pode esperar um dos dois desfechos.

O mais provável é que Abidal se desculpe internamente, dizendo que foi mal interpretado, se sentindo terrível por Messi ter se incomodado e prometendo mais cuidado da próxima vez. Mas e se não acontecer? E se ele bancar o que disse? A essa altura, ou Bartomeu o demite ou os dois estão perdidos nas eleições. Não é uma batalha que é possível ser vencida.

Se a situação não for contornada, cresce a possibilidade de mais uma temporada decepcionante para o Barcelona, o que seria até grotesco se você pensar que o time venceu LaLiga nos últimos dois anos, estão apenas três pontos atrás da ponta em 2019/20 (apesar de uma série de lesões, troca de técnico e jogos ruis) e ainda é um dos favoritos na Champions League. Esse é o tamanho do caos.

E ainda um lado sobre Messi: se ele atirou Abidal aos lobos sem falar com ele primeiro, agiu errado. É antiprofissional. Mas não dá para dissociar do que causou isso. Messi está revoltado por seu chefe ter dito que ele ajudou a demitir Valverde. Ele defendeu o técnico até o fim, foi um ataque a sua palavra.

Messi poderia ter deixado passar. Poderia acordar nesta quarta-feira e ainda ser popular, rico, jogador do único clube que ele defendeu profissionalmente, sua casa, ainda disputando três títulos, ainda o maior de todos os tempos para muitos. Mas ele preferiu não. Ele tornou isso uma questão de honra, fugiu do que está acostumado. Quis defender sua integridade.

Dinheiro, troféu, gols e conquistas individuais: tudo vem e vai. A pessoa que você encara no espelho a cada manhã vai te acompanhar enquanto você estiver vivo, e Messi não quer que as pessoas pensem que esse homem é um mentiroso que defende seu técnico em público, mas o apunhala pelas costas internamente.

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