Ser campeão da CONMEBOL Libertadores é, pelo menos desde a década de 1990, um prestígio que todos os clubes da América do Sul dariam tudo para conseguir. Ganhar o maior título do continente, como diz o slogan, é aquela glória eterna que passa de geração em geração, impossível de ser esquecida até por quem nem viveu a conquista. Só que hoje o cobiçado troféu representa bem mais do que um feito esportivo.

A Libertadores, hoje, é um torneio bilionário – e isso não é força de expressão. Graças ao aumento de 21% da premiação total paga pela Conmebol, serão US$ 207,8 milhões (equivalente a R$ 1,1 bilhão) distribuídos ao longo de todo o torneio, desde suas fases prévias, que já acabaram, até a decisão do título, marcada para 11 de novembro, no Maracanã, mesmo palco da final de 20

Quem sagrar-se campeão no Rio de Janeiro, por sinal, embolsará um cheque de US$ 18 milhões, o que, se for um time brasileiro como se imagina, logo se transformará em um prêmio de R$ 95,37 milhões pela – somente neste aspecto – favorável diferença cambial entre real e dólar. Um cenário que, há dez anos, parecia improvável.

Em 2013, o Atlético-MG de Ronaldinho Gaúcho, Jô e Diego Tardelli levantou sua primeira taça da Libertadores na história e ganhou, por isso, US$ 2 milhões. Ou seja, em dez temporadas, o maior torneio de clubes da América do Sul paga ao seu campeão um prêmio 900% maior do que em um passado relativamente recente.

O dinheiro pago ao campeão, é verdade, cresceu aos poucos ano a ano. Dos US$ 2 milhões ao Atlético-MG em 2013, passando pelos US$ 3 milhões ao Grêmio de 2017, a história mudou para valer em 2018, quando o River Plate de Marcelo Gallardo levou para casa, além da histórica vitória na final sobre o Boca Juniors, um cheque de US$ 6 milhões, o dobro do recebido pelo vencedor anterior.

Para 2019, outro imenso salto, agora para US$ 12 milhões, soma que foi direto para o bolso do Flamengo, à época dirigido por Jorge Jesus e estrelado por Gabigol, autor dos dois gols da vitória por 2 a 1 sobre o River, em Lima. O crescimento da década anterior já era imenso, mas não pararia por aí.

Campeão em 2020 e 2021, o Palmeiras faturou, por cada conquista, US$ 15 milhões, mas foi o primeiro vencedor de uma era que a premiação total superou a barreira dos US$ 20,5 milhões. Isso porque a Conmebol passou a aumentar também os valores pagos por cada jogo na fase de grupos e também por classificações às oitavas, quartas e semifinais. O time de Abel Ferreira se aproveitou e embolsou uma bela soma.

E agora os 32 clubes que seguem vivos no maior torneio da América vão atrás de mais dinheiro e com uma novidade: pela primeira vez, a entidade máxima do futebol sul-americano oferece prêmio por vitória, algo que já é comum e estabelecido na Uefa Champions League. Cada triunfo na fase de grupos garante US$ 300 mil (R$ 1,58 milhão), isso sem contar os US$ 3 milhões (R$ 15,8 milhões) só por chegar a esse estágio.

 

Veja a premiação da Libertadores a cada fase:

Fase de grupos: US$ 3 milhões (R$ 15,8 milhões)

Oitavas de final: US$ 1,25 milhão (R$ 6,62 milhões)

Quartas de final: US$ 1,7 milhão (R$ 9,01 milhões)

Semifinal: US$ 2,3 milhões (R$ 12,19 milhões)

Vice-campeão: US$ 7 milhões (R$ 37,09 milhões)

Campeão: US$ 18 milhões (R$ 95,37 milhões)