De acordo com o Ministério Público, os supostos autores dessa ação, que ocorreu em 26 de janeiro deste ano antes de uma partida entre Real Madrid e Atlético de Madrid, são membros do “Frente Atlético”, “ideologicamente identificados com a extrema-direita”.

 Eles são acusados de um crime de ameaça e outro contra os direitos fundamentais e às liberdades públicas, ao mesmo tempo em que o Ministério Público pede uma indenização conjunta de 6 mil euros (R$ 30 mil) pelo dano moral causado ao jogador de futebol.

A acusação afirma que, na madrugada de 25 para 26 de janeiro de 2023, os quatro membros do “Frente Atlético”, “de comum acordo” e coincidindo com a realização da partida da Copa do Rei que seria disputada no Estádio Santiago Bernabéu entre Real Madrid e Atlético de Madrid, foram a uma ponte perto do centro de treinamento do Real, “um lugar que também tem uma ampla visibilidade para todos os usuários da estrada”.

Uma vez lá, os quatro acusados, “como um sinal inequívoco de desprezo e rejeição à cor da pele da vítima e motivados pelo desejo de minar sua sensação de tranquilidade”, penduraram com uma corda um manequim inflável com cerca de 165 centímetros de altura, pele e cabelos pretos.

O boneco vestia uma camisa do Real Madrid, com o nome do jogador brasileiro nas costas e o número de sua camisa, além de algumas pedras pesadas amarradas com fita isolante no que seriam seus tornozelos.

Além disso, penduraram uma faixa de tecido vermelho com letras suaves com o slogan "Madri odeia o Real", com 12,90 metros de comprimento e 1,70 metro de largura. Pouco tempo depois, um deles, A.B.R., “como justificativa para a ação”, publicou, por meio da conta que administrava na rede social X, uma primeira foto da ponte onde apareciam a faixa e o boneco pendurado.

A mensagem viralizou nas redes sociais “e a mídia tradicional repercutiu a notícia, aumentando, assim, o dano ao direito jurídico protegido que consiste na dignidade da pessoa, neste caso, tanto da vítima Vinicius quanto do grupo que ele representa”, acrescenta o texto.

Esse homem publicou uma segunda fotografia mostrando o boneco inflado no momento dos preparativos, com a camisa do jogador encostada em uma parede, incorporando-a à hashtag #TodosSomosVini, “aumentando, assim, o menosprezo a essa pessoa, já que foi utilizada para demonstrar apoio à vítima e repúdio à ação praticada”.

 O Ministério Público lembra que, em 24 de maio, o Tribunal de Instrução número 26 de Madri emitiu uma ordem proibindo os quatro réus de se aproximarem de Vini Jr a menos de mil metros do jogador e de se comunicarem com ele por qualquer meio.

Também os proibiu de se aproximar a menos de mil metros de seu local de trabalho, de se aproximar a menos de 100 metros dos estádios Santiago Bernabéu e Civitas Metropolitano durante partidas de futebol disputadas de acordo com o calendário da Liga de Futebol Profissional e de se aproximar a menos de mil metros de todos os estádios da LALIGA.

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