Seis meses depois de se retirar do acordo nuclear com o Irã, os Estados Unidos adotaram, nesta segunda-feira (05/11), novas sanções contra o país, as quais limitam a exportação de petróleo. O governo iraniano declarou que vai ignorar as medidas, consideradas ilegais por terem sido tomadas fora do acordo assinado em 2015.
Os Estados Unidos vão sancionar entidades ou empresas estrangeiras que continuarem comprando petróleo iraniano ou se relacionando com os bancos do Irã, bloqueando o acesso ao mercado norte-americano. O presidente norte-americano, Donald Trump, busca obter um acordo bilateral com o Irã similar ao negociado com a Coreia do Norte. Ele já deu diversos sinais de que está disposto a se reunir com os dirigentes iranianos. O governo norte-americano impõe 12 condições para assinar um acordo global com o país.
Entre elas, estão restrições mais firmes e duradouras relacionadas ao programa nuclear, o fim da proliferação de mísseis balísticos e das atividades consideradas "desestabilizadoras" de Teerã em países vizinhos. Para obrigar o Irã a cumprir as suas condições, o governo norte-americano pretende impor as sanções "mais fortes da história". São esperadas novas medidas punitivas nos próximos meses.
Embora as principais grandes empresas estrangeiras tenham optado por abandonar o Irã, o efeito da proibição de exportação do petróleo iraniano ainda é difícil de avaliar.
Irã vai continuar exportando petróleo
Em um discurso na TV, o presidente iraniano, Hassan Rouhani, disse que o Irã continuará exportando petróleo e vai ignorar as sanções norte-americanas. “Os norte-americanos querem reduzir a ‘nada’ as vendas de petróleo iraniano, mas nós continuaremos a comercializá-lo”, disse o chefe de Estado.
O Irã disse estar “em contato permanente com os signatários do acordo de Viena”, assinado em julho de 2015, sobre seu programa nuclear. O país foi autorizado a desenvolver a energia nuclear para fins civis. Rouhani diz que a adoção de um mecanismo que permitirá dar continuidade ao comércio com a UE “levará tempo”.
A maior parte das sanções contra o Irã, terceiro exportador mundial de petróleo, foram suspensas no início de 2016 depois da assinatura do acordo.