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Restrições aos não vacinados provocam tempestade política na Alemanha

Jul 28, 2021

Por Enrique Muller, no El País                                                                                                                             

 

Foto: Fabrizio Bensch/Reuters

O mundo político alemão enfrenta nesta semana um debate com consequências importantes, tanto para a obtenção de votos para ganhar as próximas eleições nacionais quanto para o combate à pandemia do coronavírus, e que começou com declarações do chefe da Chancelaria Federal, Helge Braun, ao jornal Bild am Sonntag. O ministro, um político de total confiança da chanceler Angela Merkel, disse no domingo que poderia ser necessário impor restrições às pessoas que se recusam a ser vacinadas se o número de casos de covid -19 atingir novos recordes nos próximos meses, como pode ser o caso na Alemanha.

A campanha de vacinação na Alemanha desacelerou-se nas últimas semanas e isso gerou discussões sobre como incentivar as pessoas a se vacinarem. Na semana passada, 678.459 primeiras doses foram aplicadas na Alemanha, o número mais baixo desde a terceira semana de fevereiro, quando houve escassez de vacinas no país. Com 15 milhões de doses armazenadas em geladeiras, segundo as estatísticas, a média diária de primeiras doses aplicadas vem caindo há 33 dias. As duas doses já foram recebidas por 49% da população, o que equivale a 54% dos maiores de 12 anos –exige-se que 85% das pessoas entre 12 e 59 anos e 90% dos maiores de 60 anos as tenham recebido para alcançar a imunidade de rebanho, de acordo com o Instituto Robert Koch, a agência governamental para o controle de doenças. Mais de 60% da população alemã recebeu ao menos uma dose –na Espanha, o número é superior a 65%.

As preocupações de Braun têm um fundamento real. O ministro, que é médico de profissão, teme que o número de novos casos de coronavírus na Alemanha dispare a 100.000 por dia em dois meses. Depois de mais de dois meses de queda constante, o número de casos aumentou na maior economia da Europa desde o início de julho, principalmente devido à propagação da variante delta. Braun disse ao jornal alemão que o número de casos está aumentando 60% por semana. “Se a variante delta continuar a se espalhar nesse ritmo e não a neutralizarmos com uma taxa de vacinação muito alta ou uma mudança de comportamento, teríamos uma incidência de 850 (para cada 100.000 pessoas) em apenas nove semanas. Isso equivale a cerca de 100.000 novos casos por dia”, disse, acrescentando que tal situação levaria muitas pessoas à quarentena e ao caos na economia.

Divisão perigosa

O assunto provocou uma divisão perigosa dentro do próprio partido de Merkel, a União Democrata-Cristã (CDU na sigla em alemão). O candidato da CDU para substituir Merkel como governante da Alemanha, Armin Laschet, manifestou sua oposição a qualquer exigência formal ou informal em relação à vacina neste momento. “Não acredito em uma vacinação obrigatória e não me parece que devamos obrigar indiretamente as pessoas a se vacinarem”, disse Laschet à segunda rede de televisão pública, a ZDF, no domingo. “Em um país livre existem direitos para a liberdade, não apenas para grupos específicos. Se as taxas de vacinação da Alemanha continuarem muito baixas no fim do ano, outras opções poderiam ser consideradas, mas não agora”, insistiu. Laschet também não é favorável a que os não vacinados sejam proibidos de ir ao cinema e aos restaurantes, como sugeriu Braun. Quem estiver “testado, recuperado ou vacinado”, disse, deve ficar isento das restrições.

As declarações de Laschet foram qualificadas por alguns veículos de comunicação alemães quase como uma bofetada em Merkel. Durante uma recente visita ao Instituto Robert Koch, a chanceler descartou a obrigatoriedade da vacina “por enquanto”, mas enfatizou: “Não estou descartando que se possa falar de maneira diferente em alguns meses”. Em sua última coletiva de imprensa deste verão, Merkel fez um apelo dramático à população para intensificar os esforços de vacinação diante do aumento do número de casos. “Quanto mais gente se vacinar, mais livres voltaremos a ser”, disse a chanceler. “Somente juntos poderemos superar a pandemia. Portanto, as pessoas também devem promover ativamente a vacinação em seu ambiente privado e no trabalho. Cada vacina é um pequeno passo para a proteção de todos."

 

 

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