Erro
  • Erro ao carregar arquivo XML
  • http://blogdobepe.com.br/templates/sj_tech/templateDetails.xml
  • XML: failed to load "http://blogdobepe.com.br/templates/sj_tech/templateDetails.xml": No such file or directory

Israel amplia ofensiva na Cisjordânia para satisfazer extrema direita

Jan 23, 2025

Por Lucas Toth, no Vermelho                                                                                  

Rua destruída por escavadeira militar israelense no campo de refugiados de Jenin. Foto: Igor Gielow

Dois dias após o cessar-fogo entre Israel e Hamas na Faixa de Gaza, o exército israelense lançou uma operação militar em Jenin, no norte da Cisjordânia, que deixou pelo menos dez palestinos mortos e dezenas de feridos. O governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu justificou a ação como parte de um esforço para “erradicar o terrorismo” na região, que inclui campos de refugiados frequentemente alvos de incursões militares israelenses.

De acordo com o gabinete de segurança de Israel, a ofensiva – chamada de “Muro de Ferro” – mobilizou tropas do exército, polícia e a agência de segurança Shin Bet. Durante a ação, foram registradas fortes trocas de tiros, envolvendo combatentes palestinos da Jihad Islâmica, além de relatos de civis mortos e feridos.

A organização Crescente Vermelho Palestino denunciou restrições impostas pelas tropas israelenses, que teriam impedido equipes de socorro de atenderem feridos.

A operação em Jenin ocorre em um momento de pressão interna sobre a coalizão governamental de Netanyahu. Partidos da extrema direita ultraortodoxa, como o liderado por Bezalel Smotrich, vinham criticando a decisão de consolidar o cessar-fogo em Gaza, acordado com mediação internacional.

A trégua previa a troca de reféns israelenses por prisioneiros palestinos, mas foi vista como uma concessão por setores ultranacionalistas. O descontentamento resultou na saída de figuras importantes da coalizão, enfraquecendo o governo.

A tensão também se reflete no aumento da violência por colonos israelenses na Cisjordânia, amplamente denunciada por organizações internacionais. Desde o início da guerra em Gaza, ataques de colonos contra palestinos, frequentemente sob proteção do exército israelense, intensificaram-se. Na véspera da ofensiva em Jenin, pelo menos 21 palestinos foram feridos em ataques de colonos, seguidos de confrontos que envolveram também soldados israelenses.

No plano internacional, a operação em Jenin coincide com o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, marcando uma postura mais alinhada ao governo israelense. Trump revogou sanções impostas pela administração Biden a colonos israelenses extremistas, o que foi interpretado como um estímulo à expansão de assentamentos ilegais na Cisjordânia.

A medida foi celebrada por figuras da extrema direita israelense, como Smotrich, que defende abertamente a anexação de partes do território ocupado.

A região da Cisjordânia, ocupada por Israel desde 1967, é palco de violência crescente. Desde o início do conflito entre Israel e Hamas, pelo menos 847 palestinos foram mortos na Cisjordânia por ações do exército israelense ou ataques de colonos, segundo dados do Ministério da Saúde Palestino.

O aumento das tensões tem gerado preocupação em organizações internacionais, que pedem maior contenção das forças israelenses e retomada de negociações por uma solução pacífica.

Apesar do cessar-fogo em Gaza, os desdobramentos na Cisjordânia indicam uma escalada do conflito, com implicações graves para a população civil palestina e para a estabilidade da região. Observadores apontam que as recentes medidas do governo Netanyahu podem aprofundar o isolamento de Israel no cenário internacional e dificultar a busca por uma solução negociada ao conflito.

Mídia

Deixe um comentário

Certifique-se de preencher os campos indicados com (*). Não é permitido código HTML.


Anti-spam: complete the task

Vídeos