Não adianta criminalizar as manifestações Fora Temer que ocorrem em todo o país, como fazem os jornalões a serviço da plutocracia. Tampouco as porradas da polícia fascista de Alckmin afastarão os patriotas das ruas. A repressão brutal e criminosa chegou até a cegar uma jovem manifestante. Mas quem está do lado certo da história não esmorece.
Ao contrário, a violência do Estado contra cidadãos, coisa típica de regimes de exceção como o que vivemos, terá o condão de engrossar cada vez mais os protestos. E da paisagem das ações de resistência democrática já brotam as faixas e palavras de ordem com potencial para unificar os progressistas, por um lado, e provocar um terremoto sob os pés dos canalhas que roubaram 54 milhões de votos : Diretas Já.
A reedição do movimento que empolgou o país há 32 anos ganha importância estratégica para manter acesa a chama da luta dos jovens, as mulheres, os negros, o pessoal da luta LGBT e os ativistas da cultura, hoje maioria entre os que não arredam pé das ruas contra o golpe e abrem caminho para a renovação do pensamento de esquerda no Brasil.
A bandeira de novas eleições para presidente já conta com o apoio explícito de partidos e movimentos sociais, reunidos nas frentes Brasil Popular e Povo sem Medo, tais como o PT e o PCdoB. Nos próximos dias e semanas, outras entidades e partidos certamente oficializarão a adesão à proposta.
Como todas as pesquisas recentes indicam, a tese da realização de novas eleições tem a aceitação da ampla maioria da população. Depois de o pacto republicano ter sido rompido pelo golpe parlamentar-judicial-midiático, só a legitimidade conferida pelas urnas recolocará o país no trilho da democracia, cujo pilar fundamental é o respeito à soberania popular.
Enquanto a presidenta Dilma ainda lutava para manter seu mandato constitucional, era compreensível a reticência com a qual setores do campo democrático encaravam a proposta. Afinal, ela foi eleita pelo povo brasileiro para cumprir quatro anos de mandato Cabe lembrar, porém, que a própria Dilma, durante a tramitação do processo do impeachment, abraçou a causa da eleição.
Mas agora a história é outra. Os carrascos da democracia que ocuparam o governo para fazer o país retroceder aos tempos da senzala não podem ter sossego. Mais do que fustigar os golpistas, existe na sociedade as chamadas condições objetivas para que a campanha das Diretas Já cresça, se dissemine e emocione a nação. Sinto que estamos no limiar de um novo movimento cívico, capaz de botar para correr a quadrilha que rasgou a Constituição.
Sonho de olhos abertos com uma campanha pelas Diretas Já estruturada em todo o país, com comitês em escolas e universidades, nos bairros da periferia, no coração das metrópoles e no interior. Imagino também comitês de trabalhadores, artistas, intelectuais, sem-terra, sem-teto, mulheres, negros e LGBTs. E tome gente nos comícios e passeatas ! E tome greve! E tome pressão ! Os usurpadores que ponham suas barbas de molho.