Por mais que a Rede Globo, inimiga do Brasil e dos brasileiros, gaste 24 horas de sua programação tentando, de forma velhaca, vender a ideia de que o país ainda desfruta do regime democrático; por mais que um governo que não foi eleito se sinta autorizado para promover o maior retrocesso político, social, econômico, cultural, ambiental e civilizatório da história do país e por mais que uma safra indigente de deputados e senadores tenha aderido à vassalagem ao golpista que roubou a cadeira da presidenta Dilma, nada será capaz de impedir que 2016, o ano do golpe, entre para a história como o ano da infâmia.
É inevitável que em futuro não muito distante os interessados em política e história, além de alunos e professores em geral, olhem em retrospectiva para 2016 como um período de trevas, um exemplo a não ser seguido por todos que têm apreço pela democracia e sejam dotados de um mínimo de senso de justiça.
As futuras gerações, perplexas, tomarão conhecimento do quão deletério para uma nação pode ser um Judiciário que abdica de sua função pública de promover justiça, se deixando deformar pelas convicções políticas e golpistas de diversos integrantes de seus quadros.
Nos bancos escolares, meninos e meninas aprenderão que sebastianismo não rima com democracia e que corrupção se combate coletivamente pelo Estado e pela sociedade, e não através do messianismo de procuradores do Ministério Público, os quais não hesitam em atropelar direitos e garantias individuais de investigados, réus e presos ligados a um determinado partido, à esquerda do espectro político.
Aprenderão também outras lições importantes para solidificar seus conceitos de cidadania, como a de que juízes e procuradores não estão acima da lei. Por isso, nesse país melhor e mais justo com o qual sonhamos, os nossos filhos e netos não tolerarão nem abuso de autoridade nem supersalários acima do teto constitucional.
O estrago causado à democracia por uma polícia judiciária que pauta sua atuação por preferências político-partidárias também não escapará do radar dos pesquisadores e operadores do direito. Até lá, é possível que um contingente expressivo da nossa população entenda que um país gigantesco como o Brasil, com notórias complexidades regionais, culturais, sociais e políticas, não pode ser refém de um vergonhoso monopólio midiático, pois, sem a democratização da mídia, jamais conquistaremos uma democracia que mereça esse nome.
Enquanto o futuro não vem, vamos cuidar dos enormes desafios do presente. Vade Retro, 2016! Fora Temer! Diretas Já! Feliz 2017 para todos e todas que me dão a honra de acessar esse modesto canto no vasto mundo da internet.