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É hora de botar os inimigos do povo para correr do Congresso

Abr 19, 2017

Por Bepe Damasco                                                                                         

 

É difícil parar de pensar no conteúdo da fala do professor da Unicamp, Márcio Pochmann, ex-presidente do Ipea, durante um seminário recente no Rio de Janeiro. Para Pochmann, a democracia no Brasil não será restaurada apenas pela via institucional  e o cenário mais provável para 2018 é a não realização das eleições devido a mais uma ação antidemocrática dos golpistas.

Intelectual respeitado, Pochmann, que está longe de ser considerado um incendiário, põe o dedo na ferida e indaga :"Que prejuízo nós vamos dar a eles ?" Na sua pregação está subjacente a defesa de formas mais radicais de luta, pois somente de passeata em passeata são praticamente nulas as chances dos democratas e da esquerda virarem o jogo. Não existe fórmula mágica para, de uma hora para outra, fazer a luta mudar de patamar. Mas esse debate é urgente.

A greve geral marcada para o dia 28 deste mês é alvissareira, pois dá início ao enfrentamento de classe aos coveiros da democracia. Mas ainda é pouco, especialmente se levarmos em conta que, por mais adesões que conquiste, a paralisação está limitada a 24 horas. São válidos e racionais todos os argumentos apontando as dificuldades para uma ampla mobilização radicalizada do povo, tais como sua decepção com a política e os políticos e a sensação generalizada de desalento com o Brasil.

Contudo, os setores de vanguarda não podem pautar sua atuação pela letargia das massas.  É preciso ousar, enfrentar essa discussão com a população e testar novas modalidades de enfrentamento. A zona de conforto da qual desfrutam deputados e senadores golpistas chega a ser um escárnio. Alvejados por toda sorte de acusações de desvio de dinheiro público, um sem número de parlamentares da base do governo insiste em votar sobre pau e pedra as reformas que liquidam direitos e conquistas sociais.

Nenhum deles disse aos seus eleitores que iria para Brasília com o objetivo de acabar com o emprego formal, com as férias, o 13º salário e para obrigar as pessoas a trabalhar até 60 horas por semana. Na hora de pedir o voto, eles não assumiram que se empenhariam pelo fim da aposentadoria dos brasileiros e brasileiras. A questão é clara : esse Congresso não tem legitimidade para impor sacrifícios ao povo.

Como lhes falta o mínimo de vergonha na cara, esses canalhas não estão nem aí para as pesquisas que mostram Michel Fora Temer no fundo do poço da popularidade e uma rejeição visceral às reformas trabalhista e previdenciária. São capazes de tudo para entregar a mercadoria prometida ao mercado e aos banqueiros, de quem são agentes e fantoches. 

Só que, infelizmente, é na Câmara dos Deputados e no Senado Federal que tramitam os projetos de Temer para dizimar com o estado social construído ao longo de décadas, primeiro com a CLT de Vargas, depois com a Constituição Cidadã de 1988 e , por fim, com a gigantesca obra de inclusão social da era Lula. O epicentro, portanto, da resistência se localiza diante das cúpulas da Câmara e do Senado. À essa altura atos dispersos pelos estados ajudam pouco.

Nesta quarta-feira, 19 de abril, o delatado presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, imitou Cunha e levou a voto o projeto de urgência da reforma trabalhista que havia sido derrotado no dia anterior. Essa manobra golpista afronta as boas práticas legislativas, envenena a relação entre as bancadas e desmoraliza ainda mais o parlamento como instituição.

Duvido que os deputados passariam o rolo compressor para acelerar a tunga de direitos se o Congresso fosse cercado permanentemente por uma multidão de insatisfeitos com o que se passa ali dentro e com dezenas de milhares de acampados a pressioná-los dia e noite.  Não custa aprender com a história. A queda do ditador iraniano Xá Reza Pahlavi, em 1979, é um bom exemplo. Todos os dias um número crescente de homens e mulheres se dirigiam para a frente do Palácio do Governo, de onde não arredavam pé, até que diante da turba indignada exigindo sua saída, o Xá renunciou.

 

 

 

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