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O avanço de Temer foi um imenso passo atrás

Jun 28, 2017

Por Fernando Brito, no Tijolaço                                                                               

 

Na guerra política, vitória ou derrota não se mede pelo quanto é aguda a lança da palavra, mas pelo quanto ela une, separa, anima ou intimida.

O discurso de Michel Temer, ontem, sob este aspecto, foi um desastre.

Teve um grau de agressividade que, de plano, afasta qualquer possibilidade que seus argumentos sejam assumidos por mais alguém senão por parte dos seus áulicos, cuja possibilidade de futuro não vai além do próprio futuro de Temer.

Verifique quantos dos deputados – os da base, os aquinhoados – assumem a defesa aberta do presidente. O Globo fez essa pergunta aos 66 integrantes da Comissão de Constituição e Justiça, que fará o primeiro exame da denúncia e encontrou apenas quatro dispostos a afirmar que a recusarão, muito embora essa seja, ainda, a tendência da maioria.

O mote da segurança econômica, mesmo sendo um farrapo, era a única capa que ainda o podia cobrir, mas foi parcamente usado. Mesmo com a quase certeza de que ele não tem mais força para cumprir a política de terra arrasada em relação aos direitos sociais e trabalhistas, era algo que ainda teria algum poder de manter algum apoio na mídia “mercadista” e entre os tucanos que sonham em receber o chão arado em 2018.

O que Temer fez, porém, foi exibir os dentes e abrir a capa ao partir para cima de Rodrigo Janot.

Este, ao contrário de Temer, o que obteve ontem foi uma vitória, ao colocar seu candidato à sucessão, Nicolao Dino, em primeiro lugar na eleição da lista tríplice destinada à escolha do novo Procurador Geral. Claro que só o será se Temer não resistir no cargo até setembro, mas a escolha de qualquer outro, inclusive a segunda colocada, Raquel Dodge, não poderá ser seguida por um alívio na pressão da PGR sobre ele., sob pena de que ela inaugure seu mandato sob a sensação geral de “abafadora”.

Pode ser, como observa hoje na Folha o ótimo repórter Rubens Valente, que a denúncia contra Temer tenha lá suas fragilidades jurídicas. Mas o processo é – como tantas vezes se disse sem corar quando a vitima dele era Dilma – muito mais político do que jurídico.

Além do mais, depois de legitimar a transformação do lavajatismo em mastim do qual se esperava sangue em quantidades crescentes, há de se reconhecer que as “provas indiciárias” contra Temer têm uma força hercúlea, se comparadas às migalhas de convicção que se usa para processar e – não há dúvida disso – condenar Lula.

Temer, na sua infinita vaidade, não entendeu que o seu apoio vinha de ser uma nulidade dócil, um vice decorativo que ascendia a uma presidência decorativa, na qual o que importava era que as forças do capital se servissem de outras nulidades fisiológicas do parlamento para impor a agenda da redução do Estado à função de coletor de receitas e pagador de juros.

Quem nasceu para vilão bajulador não pode pretender assumir o papel de herói perseguido.

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