Não sou religioso. Só me rendo a algumas mandingas e superstições na hora de torcer pelo Botafogo. Nunca levei a sério o adágio popular “aqui se faz, aqui se paga”, porque cansei de ver casos de gente que fez o mal a vida inteira e morrer sem acertar suas contas.
Contudo, essa máxima fatalista tem sido implacável com grande parte dos líderes do golpe de Estado que roubou o mandato da presidenta Dilma. Um a um estão provando do próprio veneno. O destino tem lhes reservado a destruição da carreira política, a desmoralização pública reservada aos moralistas sem moral, a perda do mandato, ou a cadeia. Senão vejamos :
Cunha, Gedel e Henrique Eduardo Alves – Cadeia
Moreira Franco e Eliseu Padilha – São as bolas da vez em qualquer prognóstico que se faça em Brasília sobre os próximos a serem encarcerados. Por ora, se livram devido ao foro privilegiado. Não perdem por esperar.
Temer – Acuado e desesperado, luta para se agarrar ao mandato usurpado, mesmo diante de todas as evidências de que está atolado até o pescoço em esquemas de roubalheira. Seu medo é, uma vez deposto, seguir direto para a Papuda.
Aécio – Um morto-vivo, zumbi da política, virou referência para a população de político cínico, mentiroso, corrupto. Depois de flagrado em cenas explícitas de gangsterismo, não engana mais ninguém e chegou a dar traço em pesquisa recente para as eleições presidenciais do ano que vem.
Serra – Um cardápio de acusações para ninguém botar defeito, com destaque para o recebimento de uma montanha de dinheiro no exterior. Sem falar no “trensalão” paulista. Teria dificuldades hoje para se eleger até mesmo para a Câmara dos Deputados.
Alckmin – Também tem a espada do “trensalão” apontada para seu pescoço. É um dos lanternas nos levantamos para 2018, depois de ser visto como o nome natural do PSDB para a disputa da presidência da República. Parece não ter forças nem mesmo para suplantar, na disputa interna dos tucanos, um idiota de carteirinha como Dória.
FHC – Só quem dá bola para sua erudição pernóstica são os plutocratas nativos. Após passar pelo vexame de ser escondido por seu partido em quatro eleições consecutivas, manchou de vez sua biografia com o apoio ao golpe. Nada surpreendente para quem comprou a aprovação da emenda que permitiu sua reeleição.