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A confirmação da candidatura de Lula e a aventura de Boulos

Out 20, 2017

Por Bepe Damasco                                                                

 

Perdeu o sentido a indagação mais ouvida nas rodas de conversa da esquerda nos últimos tempos: “se o Lula for impedido de concorrer, qual será o plano B do PT e dos setores progressistas?” Isso porque já temos a resposta: Lula será candidato mesmo se condenado pelo TRF-4 e fracassarem suas tentativas de obtenção de liminar no STJ e no STF.

Especialistas em legislação eleitoral consultados por dirigentes e parlamentares do PT, bem como pela mídia monopolista, esclarecem que a contestação à legalidade da candidatura de Lula só ocorrerá depois do julgamento dos embargos declaratórios e infringentes, a serem certamente interpostos pelos advogados do ex-presidente. A previsão é que isso só aconteça depois de 10 de setembro de 2018.

Vamos ver se o desmoralizado e venal sistema de justiça do país terá coragem de cassá-lo quando a campanha já estiver nas ruas. A esta altura, com sua conhecida química de pele com a população, Lula já terá reunido multidões em comícios e passeatas país afora, falado detalhadamente na televisão sobre seu programa e suas realizações do passado, enfim, incendiado de esperança o coração do povo. 

Da parte dos petistas, o debate girava em torno de especulações sobre nomes do partido, uma vez que se consolidou entre militantes e a direção a convicção de que Ciro Gomes representa outro projeto. E o fosso que separa o PT das alternativas de ultraesquerda bloqueia até mesmo o exame de qualquer candidato oriundo desse campo.

Fernando Haddad e Jaques Vagner surgiam como favoritos na especulação petista para substituir Lula. À espreita, mas fazendo figa para que a caçada a Lula culminasse na sua inabilitação, o PSOL chegou a apontar o deputado Chico Alencar como candidato a presidente. 

Embalado pelo sonho dourado que acalenta desde sua fundação, o de tomar o lugar do PT, a expectativa psolista era tão simples quanto inviável dada a falta de expressão nacional do partido: com Lula fora do páreo, se transformar finalmente no desaguadouro dos votos de esquerda e de oposição ao governo golpista.

Mas outro cavalo passaria encilhado pronto para ser montado pelo PSOL: o do coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Guilherme Boulos, um valoroso lutador social e quadro político preparado, liderança de um movimento que tem dado seguidas demonstrações de combatividade e compromisso popular.

Mas daí a ser candidato a presidente da República, especialmente na conjuntura dramática atual, vai uma grande distância. Com Lula galvanizando o forte sentimento de rejeição a Temer presente na sociedade, à frente de uma campanha turbinada pelo seu carisma inigualável, é de se prever que Boulos patine na casa dos 5% dos votos. Pouco, muito pouco, para um candidato de esquerda num cenário de destruição de um país cuja democracia urge ser resgatada, mas o suficiente para impedir uma eventual vitória de Lula ainda no primeiro turno. 

É interessante observar que bastou o PT assumir publicamente que Lula será candidato em qualquer hipótese para que integrantes da direção do PSOL passassem a falar abertamente de Boulos como candidato a presidente. Isso só reforça a suspeita de que a plataforma Vamos, uma articulação política que busca através da realização de atos públicos e da presença nas redes sociais recolher propostas para um programa de esquerda, sempre teve como objetivo central a pavimentação da candidatura de Boulos à presidência da República. Com Lula ou sem Lula. Um equívoco. 

 

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