O golpista Michel Temer é hoje o político mais impopular do mundo. Odiado pelos habitantes de todos os quadrantes deste país de dimensões continentais, vive a fugir da guilhotina dos processos por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução da justiça. Sem falar nas patranhas no porto de Santos, que inclusive levaram para a cadeia por alguns dias seus melhores amigos.
O governo ilegítimo de Temer é responsável pela maior regressão social da história, pela rapina do petróleo e entrega das riquezas do país ao capital estrangeiro. Embora apareça praticamente com traço nas pesquisas, o usurpador é candidato a presidente.
Seu principal parceiro na destruição da economia e da imagem do Brasil no exterior é Henrique Meirelles, conhecido lacaio dos banqueiros nativos e internacionais. À frente do Ministério da Fazenda, pilota uma política econômica desastrosa, cujo emblema mais vistoso é o desemprego de 13 milhões de pessoas, além da legião de subempregados e semiescravizados gerada pela contrarreforma trabalhista.
Como o golpe jogou o investimento e o consumo no fundo do poço, Meirelles conta com o apoio da mídia mafiosa para alardear uma falsa retomada do crescimento. Basta, no entanto, uma rápida passada de olhos pelas grandes cidades para se constatar que a fome e a miséria voltaram a assolar os brasileiros e as brasileiras. Mas Meirelles, sobre pau e pedra, e com 1% nas pesquisas, já assumiu a candidatura à presidência.
Quem é do Rio de Janeiro sabe que o atual presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, sempre viveu à sombra do pai na política. Luz própria nunca foi seu forte, até porque é um cidadão dotado de poucas luzes intelectuais. Para ele, obter a votação mínima para se eleger deputado nunca foi propriamente um passeio no parque.
Mesmo com todo o empenho paterno, suas votações jamais ultrapassaram a “conta do chá” para assumir uma das 46 cadeiras que o Rio tem direito na Câmara. Sua baixa densidade eleitoral pode ser medida pelo apoio de 1% do eleitorado carioca na única vez em que tentou ser prefeito da Cidade Maravilhosa.
Presença destacada na tramitação de projetos de interesse do mercado financeiro e que culminaram no roubo de direitos do povo, Maia é autor de frases do tipo “a Justiça do Trabalho nem deveria existir” ou “quem disse que a Câmara tem que se pautar pelos interesses do povo?”. Contudo, também se lançou candidato a presidente.
A pergunta que não quer calar é : por que diabos eles insistem em se candidatar à presidência da República ? Mistério. Todos são bem grandinhos e espertos o suficiente para saber que a aplicação do programa antipovo e antinacional que defendem só é possível com a ruptura da ordem constitucional. Se depender da soberania popular exercida através do voto, nada feito. Que se preparem, portanto, para o vexame das últimas colocações.
No caso de Temer, especula-se que precisa ser candidato para ter alguma influência no próximo governo, caso seja de direita, com vistas a livrar-se da Papuda. Argumento frágil, já que a irrisória quantidade de votos que certamente terá o consolidará ainda mais como um zumbi na política, um cadáver insepulto. Se nem a oportunista, autoritária e eleitoreira intervenção militar no Rio foi capaz de dar-lhe alguma sobrevida, imagina disputando eleições?
A cobiça presidencial de Rodrigo Maia é mais difícil ainda de entender, pois a aventura lhe custará o mandato de deputado e o consequente fim do foro privilegiado. Já o milionário Meirelles deve julgar que não tem nada a perder, fora a manifestação de repulsa por parte do eleitor. Só que, pensando bem, qual a importância do que o povo sente ou deixa de sentir para gente como ele?
Dizem que o trio se deixou engambelar pela cantilena malandra de marqueteiros, prontos a vender paraísos em Marte ou Vênus para os políticos, enxergando chances e potencias eleitorais fora de propósito. E ainda tem a inefável figura do assessor puxa-saco, pronto a edulcorar análises e perspectivas quando se trata de projetar o futuro eleitoral do chefe.
Na dúvida, o melhor a fazer é encarar a ambição fantasiosa destes caras como piada e até elogiar-lhes o senso de humor.