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Nas águas turvas de um pútrido sistema de justiça

Abr 22, 2018

Por Bepe Damasco                                                                                                        

 

Instituto de quem, cara pálida?

Poucos dias antes de encerrar seu segundo mandato de presidente da República, FHC reuniu, em jantar em pleno Palácio Alvorada, a nata dos empreiteiros do país. Na ocasião, teve coroado de êxito seu objetivo ao promover o convescote: depois de passar o chapéu, arrecadou nada menos do que 10 milhões de reais para erguer o instituto FHC, que jamais foi incomodado pela justiça.

Vinte anos depois, a perseguição criminosa empreendida pelo sistema de justiça à Lula levou de roldão também seu instituto, que sucumbe vítima da criminalização de suas atividades. De bloqueio em bloqueio, penhora em penhora, multa em multa, inquérito em inquérito, processo em processo, o instituto se viu obrigado a suspender todos os projetos, não tem mais como pagar os salários dos funcionários e faltam recursos até mesmo para despesas comezinhas como água, luz, telefone, etc.

Consultor? Só se for tucano

Os principais luminares da privataria tucana encheram as burras de dinheiro fazendo consultoria para empreiteiras, bancos e outras grandes corporações. Incensados pela mídia como donos de saberes mágicos, através dos quais seria possível catapultar qualquer negócio, nem de longe tiveram o dissabor de enfrentar questionamentos judiciais quanto à licitude de sua prestação de serviços.

Mas a vida se transformou num inferno para José Dirceu de Oliveira e Silva, um dos mais preparados quadros que a esquerda produziu ao longo da história, quando ele ousou se lançar no mercado como consultor, depois de ter seu mandato de deputado federal cassado, na esteira das denúncias do megacanalha Roberto Jefferson.

Condenado, com base na teoria domínio do fato, principal pilar da encenação comandada pelo ministro Joaquim Barbosa no processo do mensalão, vai para a cadeia. Após ganhar a liberdade, é preso de novo pela Operação Lava Jato. Cumpre mais de dois anos e obtém o direito de aguardar o julgamento de seus recursos em prisão domiciliar. Com a condenação a mais de 30 anos confirmada pelo TRF-4, Dirceu, aos 72 anos, se prepara  para passar seus últimos anos de vida no cárcere.

Torneira suja versus torneiras limpas

É de domínio público como eram financiadas as campanhas eleitorais até recentemente, quando foi vedado o financiamento de empresas aos candidatos e partidos. Todos os tesoureiros de partido recorriam às torneiras de empresários e banqueiros.

Mas só as fontes nas quais o então secretário de finanças do PT, João Vacari Neto, buscava recursos eram sujas. As demais primavam pela limpeza e pelo perfume. Moral da história: sem condenação definitiva, Vacari mofa nas masmorras de Curitiba há três anos. Os tesoureiros do PSDB e do PMDB, por exemplo, deram mais “sorte”, já que não foram importunados por Moro, procuradores do MP ou meganhas da PF.

Para condenar Lula, vale até fraudar processo

A defesa do ex-presidente Lula, embora o ônus da prova seja atribuição de quem acusa, apresentou provas de que a espelunca do Guarujá pertence à OAS e que jamais teve Lula como proprietário. Os advogados mostraram à Santa Inquisição de Curitiba documentos nos quais a empreiteira lista o triplex entre os bens a serem penhorados em processo movido pela Caixa Econômica Federal.

De nada adiantou, pois a decisão de Moro condenando Lula já estava tomada previamente a partir das tramas de submundo com a Globo e com o Departamento de Estado dos EUA. Mas nada como um dia após o outro. A ocupação feita pelo MTST teve o condão de revelar ao Brasil e ao mundo o tamanho da fraude arquitetada para alijar a maior liderança popular do país das eleições: Moro, o MP e a mídia mafiosa mentiram descaradamente sobre reformas milionárias, elevadores privativos e mobília luxuosa.

As imagens do triplex não deixam dúvidas quanto à fraude montada para incriminar Lula, que contou inclusive com o falso testemunho de um porteiro. Difícil conter a ânsia de vômito. Estamos ferrados diante de juízes e procuradores que se prestam a um papel como esse.

 

 

 

 

 

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