1- Em primeiro lugar, por um imperativo de ordem moral: a história cobrará de todos e todas em que trincheira se encontravam em 2018, encruzilhada dramática da história do país.
2 – Uma eleição atípica como a atual não pode ser considerada resolvida porque, faltando pouco mais de dez dias para a votação, um dos candidatos abriu boa diferença, de acordo com as pesquisas. Escrevo na tarde de terça-feira, 16 de outubro, e até agora todos os levantamentos de segundo turno foram a campo sábado e domingo passados. Como a propaganda eleitoral de rádio e TV foi retomada na última sexta-feira, seus efeitos pouco se refletiram nessas pesquisas.
3 – Mesmo se negando a comparecer a debates, com receio de expor sua completa ignorância sobre todos os assuntos relevantes para o país, Bolsonaro é do tipo que pode se trair publicamente a qualquer momento e morrer pela boca.
4 – Quem sabe no calor da reta final da refrega eleitoral não vêm à tona novas informações sobre a facada pra lá de estranha que o capitão nazista tomou em Juiz de Fora, Minas Gerais, logo nos primeiros dias da campanha eleitoral? O fato é que nunca foi tão conveniente a um candidato profundamente ignorante, e que simplesmente não tem o que dizer, atravessar todo o primeiro turno ausente da campanha.
5 – Embora a Globo tenha naturalizado a destruição da democracia e das garantias fundamentais, em nome do seu antipetismo patológico, ainda resta uma pálida esperança de que parte do monopólio da mídia acorde diante do monstro que caminha a passos largos para fazer letra morta da Constituição de 1988 e liquidar os direitos mais comezinhos da cidadania.
6 – Só uma sociedade gravemente enferma como a nossa pode preferir um descerebrado a um quadro preparado e com sólidas convicções democráticas como Fernando Haddad. O fosso que separa os dois candidatos é tão extenso e profundo que, a qualquer momento, eleitores indecisos e os que estão com Bolsonaro por modismo podem despertar para a necessidade de confrontar as duas candidaturas e o que elas representam.
7) Além de distribuir armas para a população se matar, acabar de vez com os direitos trabalhistas e sociais, entregar todo o patrimônio público e perseguir homossexuais, negros, mulheres, índios e lutadores políticos e sociais, Bolsonaro é um vazio em termos de projetos para o país. Será que tudo isso passará batido pelo eleitor até 28 de outubro?
8) Aconteça o que acontecer, esta luta merece ser levada às últimas consequências porque estamos do lado certo da história, o da civilização contra a barbárie, da democracia versus a ditadura. Nos batemos por emprego, salário, educação, inclusão social e soberania nacional, verdadeiros palavrões para os fascistas e seus aliados neoliberais.