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Segurança de seus líderes deve ser prioridade para a esquerda

Out 31, 2018

Por Bepe Damasco                                                                                                                                 

 

As ameaças de perseguição, exílio e cadeia às lideranças dos movimentos sociais e de partidos de esquerda não foram retiradas pelo capitão nazista que venceu as eleições presidenciais.

Ao contrário, na entrevista ao Jornal Nacional, da Rede Globo, quando perguntado sobre seu discurso para manifestantes da Avenida Paulista, no domingo anterior à eleição, Bolsonaro disse sem rodeios que se referia às cúpulas do PT e do PSOL.

Ou seja, reafirmou que faz parte de seus planos macabros rasgar a Constituição, fazendo letra morta das garantias fundamentais asseguradas pelo texto constitucional. E esse ataque aos direitos civis è as liberdades públicas pode se dar em várias frentes.

No plano institucional, o terreno para a ação autoritária do nazi-bolsonarismo conta com a  ajuda de Temer. Em pleno segundo turno das eleições presidenciais, o usurpador assinou, no dia 15 de outubro, o Decreto nº 9.527, que “cria a Força-Tarefa de Inteligência para o enfrentamento do crime organizado no Brasil.” 

O truque é tão simples como estarrecedor: sob o pretexto de “combater as organizações criminosas que afrontam o Estado brasileiro e suas instituições”, basta a Bolsonaro encomendar a um Congresso Nacional, cuja composição é ainda mais reacionária do que a anterior, a inclusão do MTST e do MST entre as organizações criminosas.

Não é por outro motivo que, seja como candidato ou depois de eleito, Bolsonaro tem citado os dois movimentos como alvos preferenciais de sua fúria fascista.O jornalista Luis Nassif tachou esse decreto de Ato Institucional nº 1 da ditadura que se anuncia.

Tão ou mais preocupante é o “guarda da esquina”, símbolo das bestas-feras espalhadas pelo país. Para esta legião de descerebrados, a eleição de seu líder é vista como uma espécie de salvo conduto para praticar atos de violência de forma generalizada. Se nas eleições o Brasil democrático assistiu horrorizado a um sem número de agressões e até de assassinatos, Imagina no que vai se transformar o país quando as armas foram liberadas para a população.

Fez bem a presidenta da PT, Gleisi Hoffmann, ao denunciar em entrevista coletiva depois da reunião direção executiva o risco que correm os dirigentes e militantes da esquerda. Gleisi, coberta de razão, disse inclusive que o PT teme pela vida de Lula nas masmorras de Curitiba.

Não será a primeira vez na história que os que lutam por liberdade e em defesa do povo são forçados a redobrar os cuidados com a  segurança. Mas a gravidade da situação impõe a necessidade da esquerda criar e pôr em prática políticas de proteção aos seus dirigentes e ativistas, elevando-as à condição de prioridade. Agora e já!

 

 

 

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