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Militar ultraneoliberal é mais uma jabuticaba brasileira

Jan 07, 2019

Por Bepe Damasco                                                                                            

 

Poucos dias de governo Bolsonaro já são suficientes para conhecermos parte significativa de suas entranhas, do jogo do poder que se dá a partir dos núcleos que o compõem, do papel de cada um desses grupos, das divergências reais e potenciais entre eles.

Na visão do arguto e sempre lúcido analista Luis Nassif, corroborada por outros respeitáveis comentaristas, o governo que resultou da ação política de militares e juízes, para cuja conquista Bolsonaro foi usado como cavalo de Tróia, se divide da seguinte forma:

Núcleo militar – Os militares ocupam, além da vice-presidência, sete ministérios importantes e, inebriados pela retomada do protagonismo político, trabalham para aprofundar e estender seu raio de ação e influência por meio da obtencão de cargos no segundo e terceiros escalões.

Núcleo fundamentalista e religioso – Formado por retardados mentais que rezam na cartilha de manicômio de Olavo de Carvalho – casos dos ministros das Relações Exteriores e da Educação –, ou vociferam teses oriundas de um fanatismo religioso de inspiração medieval, como a inacreditável ministra-pastora Damares.

Núcleo de Bolsonaro – Ao presidente, incapaz de articular, diante de câmeras e microfones,  três frases consecutivas que façam algum sentido, cabe apenas o papel de disseminar fake news via twitter, com ataques ao PT, aos movimentos sociais e à esquerda, para manter viva a guerra ideológica da campanha eleitoral.Também integram esse time seus filhos, prontos para dar pitacos de teor fascista e obscurantista em todas as áreas, e o general Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).

Núcleo do estado policial – Moro, como prêmio por ter alijado Lula das eleições, ganhou superpoderes que vão do controle da Polícia Federal ao Coaf (o que lhe permitirá monitorar a movimentação bancária de opositores e jornalistas), passando pela formulação e execução de políticas de segurança pública. Sua principal missão é consolidar o estado policial no país.

Núcleo rentista – Chefiado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, esse agrupamento de convicções ultraneoliberais não medirá esforços para liquidar direitos trabalhistas, previdenciários e sociais. De sua agenda consta também a venda de todo o  patrimônio da nação. Testa de ferro dos banqueiros no governo, Guedes de tudo fará para honrar a confiança da banca.

Com algumas nuances, penso que essa seja mesmo a radiografia que mais se aproxima da realidade da divisão de poder em Brasília. O problema está na aposta de alguns de que os militares sejam capazes de, por conta de sua formação pautada na disciplina, hierarquia e racionalidade, imprimir um mínimo de moderação e impedir que os rumos do governo sejam 100% ditados pelo mercado.

Ledo engano. O sentimento nacionalista que marcou gerações das Forças Armadas ficou no passado. Não por acaso elas assistem passivamente à entrega do pré-sal, uma riqueza estratégica do país e que poderia ser o passaporte para o futuro do povo brasileiro, como dizia Lula, às petroleiras estrangeiras. Cabe lembrar que o almirante que assumiu a pasta das Minas e Energia prometeu durante sua cerimônia de posse priorizar a privatização da Eletrobrás.

Que não nos iludamos: o antipetismo visceral da caserna, que tomou o lugar do anticomunismo dos tempos da guerra fria e da doutrina da segurança nacional, empurrou a esmagadora dos militares de alta e baixa patente, da ativa e da reserva, para o ultraneoliberalismo, fenômeno que deve ser exclusividade nativa. 

Não é por outro motivo que o general Villas-Bôas, que não hesitou em pressionar e coagir o STF para manter Lula preso, se calou ante o congelamento de gastos sociais por 20 anos, a liquidação da CLT e, na certa, apoia a reforma da Previdência, desde que ela não mexa nos privilégios da tropa.

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