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Começa a guerra contra o golpe

Jul 08, 2015

Por Bepe Damasco

 

 
 
Embora não tenha sido nenhuma pérola em termos de conteúdo, contundência e assertividade, bastou a presidenta Dilma enfrentar pela primeira vez os golpistas, na entrevista  à Folha de São Paulo, para a atmosfera golpista ficar um pouco menos carregada. Mas muita água ainda vai correr por baixo da ponte.
 
É claro que era preferível que a presidenta convocasse uma cadeia de rádio e TV e falasse direito ao povo. Conforme o bravo Paulo Henrique Amorim, no Conversa Afiada, ao optar por falar para a Folha, Dilma acaba legitimando um jornal que ocupa a linha de frente das articulações golpistas contra ela.
 
Contudo, é importante destacar que, finalmente, a presidenta reconheceu a gravidade da crise, chamou a oposição para a briga e, salve, salve, deu o nome que as coisas têm, acusando a oposição explicitamente de golpista. Foi além, desferindo um petardo na Lava Jato, ao execrar a figura do delator.
 
Logo surgiram os primeiros efeitos positivos da fala de Dilma:

1) Os tucanos vestiram a carapuça do golpismo, com direito inclusive a atos falhos por parte de um desorientado Aécio Neves;

2) Há muito não víamos manifestações de apoio a presidenta tão incisivas por parte dos partidos da base aliada;

3) Vários segmentos da sociedade civil se sentiram estimulados a virem a público condenar o golpe.

Contudo, é importante que defensores da legalidade e da democracia saibam que estamos só no começo de uma longa e encarniçada luta. E, como diz o Breno Altman, é impossível vencê-la sem confronto. Isso porque a força do consórcio golpista não pode e não deve ser menosprezada.
 
Sob a liderança do cartel da mídia, a trama conta com um braço parlamentar (PSDB, DEM, PPS, etc), e outro formado por parte considerável das instituições do Estado brasileiro: PF, MP, Judiciário e TCU. Por isso, o governo tem que unificar sua base de apoio e mobilizar os movimentos sociais, as centrais sindicais e entidades legalistas da sociedade.
 
Se quiserem derrotar os golpistas, governo e Dilma serão forçados a subir o tom, dando nome aos bois e denunciando para a população os atores envolvidos na conspiração pelo rompimento da ordem constitucional do país. Não há outra saída.

 

Mídia

2 comentários

  • Lourival Carvalho postado por Lourival Carvalho Sábado, 18 Julho 2015 11:36

    Concordo com o artigo do jornalista Bepe. A direita golpista brasileira tem tradição de covardia. Na década de 30, por correr dos comunistas, os integralistas eram chamados de "galinhas verdes". Na primeira resistência contra o golpe de Lacerda para impedir a posse de JK, ele se correu para o cruzador da Marinha. O golpe de 64 teve êxito somente por causa da total inércia do governo. Se houvesse a mínima resistência séria, como Brizola fez em 1961, os golpistas teriam corrido. Agora também, ao primeiro grito de Dilma, os golpistas se assustaram. A sorte da direita é que a esquerda, mesmo valente, é bastante desorganizada e quase sempre muito ingênua...Tem uma fé cega no mito da “neutralidade” do republicanismo...quando, na realidade, o que existe é o republicanismo democrático (para “todos”) e o republicanismo de direita (para “nós”, isto é, a elite econômica, política e institucional). É exatamente este último tipo de “republicanismo” que querem implantar na marra...

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  • Graça Vieira postado por Graça Vieira Sábado, 11 Julho 2015 19:02

    Golpe é uma ova! Quem quiser ser presidente, que ganhe as eleições. Golpismo só vingou até a era Collor, agora, existe a net.

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