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Grupos de mídia estão por trás da maior tragédia brasileira

Mai 31, 2019

Por Bepe Damasco                                                                                  

 

As grandes manifestações que pela segunda vez tomaram conta do país neste 30 de maio contra os cortes na educação, protagonizadas por professores e estudantes, não se limitaram a esta pauta como quer fazer crer a mídia monopolista.

Somam-se a aos protestos cada vez mais pessoas mobilizadas pela luta para impedir o fim das aposentadorias, a liquidação total de direitos e a entrega da riqueza nacional. Os sentimentos comuns entre os manifestantes são a indignação diante da destruição do país, a obrigação cidadã de resistir às políticas retrógradas e obscurantistas do governo e a forte oposição ao conjunto da agenda econômica dos que estão no poder.

Não é à toa que uma das palavras de ordem mais entoadas tem sido “a nossa luta unificou, é estudante junto com trabalhador.” Contudo, para a mídia, o descontentamento crescente de parcela expressiva da população é movido exclusivamente pelos cortes lineares e brutais das verbas das universidades, capazes de inviabilizar seu funcionamento, paralisando o ensino e a pesquisa.

Domingo passado, 26 de maio, as ruas do país receberam uma espécie de seleção dos brasileiros mais estúpidos, recalcados, de baixa autoestima e que carregam um sentimento de vingança em relação aos que pensam, refletem, estudam e são dotados de senso crítico.

Pois bem, para se apropriar do movimento destes hunos, a Globo e suas irmãs siamesas não hesitaram em transformar a defesa incondicional que os manifestantes fizeram do presidente fascista em uma gloriosa e cívica jornada em defesa das bandeiras que lhes interessam: a reforma da previdência e o pacote de Moro.

Nenhuma surpresa, a não ser para os que acreditaram que a mídia mafiosa estava mesmo em rota de colisão irrefreável com Bolsonaro. Isso, diga-se de passagem, pode até acontecer, mas só depois que ele entregar a mercadoria dos sonhos do mercado financeiro e dos grupos de mídia: o fim da previdência pública e a consagração do estado policial resultante da aprovação do “pacote anticrime” de Moro.

Da manipulação descarada das manifestações de 2013 à caçada e à prisão de Lula; do jornalismo de guerra contra Dilma à consumação do golpe de estado; da criminalização do PT e da demonização da atividade política à criação de uma legião de descerebrados movidos a ódio, todos, literalmente todos os episódios que culminaram na maior tragédia da nossa história têm as digitais do cartel da mídia.

E aqui não espaço para ilusões: só desfrutaremos de um regime genuinamente democrático quando a mídia for democratizada e regulada economicamente. Todas as democracias avançadas do mundo já trilharam este caminho. E isso nada tem a ver com posicionamento político-ideológico de governo. Na Europa e nos EUA é questão de Estado.

Não sei se teríamos correlação de forças favorável à regulação democrática da mídia durante os governos petistas. Mas, sem dúvida, o erro estratégico mais grave de Lula e Dilma, cujas consequências sentimos na pele duramente nos dias atuais, foi não ter pelo menos enfrentado este debate com a sociedade, para tentar mudar uma possível correlação de forças adversa. Havia capital político para isso, especialmente no segundo mandato de Lula.

Volto ao assunto no próximo artigo.

Mídia

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