Por ocasião da realização de pesquisas de intenção de voto nas capitais, os institutos de pesquisa vêm detectando uma queda acentuada nos índices de aprovação do governo Bolsonaro.
Por isso, não está surtindo efeito a tática dos candidatos bolsonaristas no Rio e em São Paulo, por exemplo, de transformar o capitão no principal cabo eleitoral de suas campanhas.
Enquanto Russomano derrete a olhos vistos, Crivella está estagnado, em situação de empate técnico com Marta Rocha (PDT) e Benedita da Silva (PT).
Tanto o bispo como o “defensor do consumidor” dão sinais de desespero diante da ameaça de nem ao segundo turno chegarem.
A censura da pesquisa do Datafolha, obtida na justiça pelos advogados de Russomano, dá bem a medida do vale tudo adotado por sua campanha, desde que despencou ladeira abaixo na preferência do eleitorado paulista.
Cabe destacar que esse grave atentado à liberdade de expressão só foi possível devido à decisão do juiz eleitoral Marco Antônio Martin, revertida depois pelo TRE.
A propósito, o que leva um juiz a tomar uma decisão flagrantemente inconstitucional como essa e que sabota o direito do eleitor à informação? Se o Judiciário tivesse algum tipo de controle externo por parte da sociedade, certamente ele não escaparia de uma punição exemplar.
Outro revés judicial de Russomano foi a decisão da justiça eleitoral de suspender a veiculação de um vídeo repleto de fake news envolvendo o candidato Guilherme Boulos.
Já o bispo Crivella partiu para a apelação melodramática, explorando em sua propaganda o episódio da facada pra lá de estranha que Bolsonaro sofreu na campanha eleitoral de 2018.
O panorama geral das pesquisas mostra os candidatos bolsonaristas amargando as últimas colocações. Só lideram em Fortaleza com Capitão Wagner, mas seguido de muito perto por três concorrestes, e em Cuiabá com Abílio Júnior. Mas o Capitão Wagner, chefe do motim de policiais que baleou o senador Cid Gomes, vem tentando se desvincular de Bolsonaro na campanha.
A esquerda caminha para obter um resultado bem melhor do que em 2016. Lidera em Porto Alegre, com Manuela D’Ávila, do PCdoB, em Belém, com Edmilson Rodrigues (PSOL), além de ter boas chances de chegar ao segundo turno no Recife e em Fortaleza, através das candidaturas das deputadas federais petistas Marília Arraes e Luzianne Lins. O ex-prefeito João Coser, também do PT, está na frente em Vitória (ES), já abrindo uma margem considerável sobre seus adversários.
Guilherme Boulos, do PSOL, por sua vez, também se aproxima fortemente do segundo turno em São Paulo. Numericamente já está em segundo, à frente de Márcio França e Russomano. Ninguém aposta mais um tostão furado na chegada de Russomano.
No Rio de Janeiro, Benedita da Silva (PT) mantém a esperança de disputar o segundo turno com Eduardo Paes, uma vez que todos os institutos de pesquisa apontam uma situação de empate técnico na segunda colocação.
Mas há outros municípios do estado do Rio de Janeiro nas quais as perspectivas são favoráveis às forças progressistas. Em Maricá, grande vitrine nacional e internacional do PT, onde acontece uma revolução social desde o primeiro mandato de Washington Quaquá, o prefeito Fabiano Horta caminha para uma vitória consagradora.
Em São Gonçalo, segunda maior população do estado, Dimas Gadelha deve disputar o segundo turno. Já na vizinha Niterói, Axel Grael, candidato do prefeito pedetista Rodrigo Neves, e que conta com apoio do PT e do PCdoB, cada vez mais se distancia na liderança.
Em várias cidades médias e grandes espalhadas pelo país, o PT lidera as pesquisas Exemplos: Guarulhos (SP), Araraquara (SP), Juiz de Fora (MG), Caxias do Sul (RS), Anápolis (GO), Feira de Santana (BA), Vitória da Conquista (BA) e Santarém (PA).
O jogo de 2022 começa agora em 2020. É óbvio que as questões locais têm muito peso na definição do voto de qualquer eleição municipal. Mas impor uma derrota a Bolsonaro no próximo domingo é um passo importante para que dentro de dois anos o povo brasileiro coloque um ponto final no projeto neofascista de destruição do país.