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A grandeza e a coragem de Chico César

Jan 06, 2021

Por Kiko Nogueira, no DCM                                                                                         

 

A resposta de Chico César a uma fã é prova de que nem tudo está perdido na música brasileira.

O que muitos interpretam como grosseria é, na verdade, coragem, postura e decência.

Movida por boas intenções — o inferno está cheio disso —, ela pediu-lhe, “carinhosamente”, que evitasse canções “de cunho político-ideológico”.

Chico foi no alvo.

“Não me peça um absurdo desse, não me peça para silenciar, não me peça para morrer calado. Não é por ‘eles’. É por mim, meu espírito pede isso”, respondeu no Instagram.

“Não vim botar você para dormir, aqui estou para acordar os dormentes”.

É disso que se trata.

Chico não é refém de seu público, mas obedece à sua consciência.

Ele não está acima ou abaixo do cidadão comum. Ficar omisso diante do fascismo é defender a morte, uma posição política ainda pior.

É raro isso ocorrer. Tom Zé, por exemplo, sucumbiu à patrulha de seus seguidores quando fez a narração de um comercial da Coca-Cola para a Copa de 2014.

Foi xingado de “mané”, “velho babão”, “bundão”, “corrompido” etc. Tom Zé, que não tem o dinheiro que seus colegas de Tropicália têm, foi obrigado a doar o cachê.

Chico pertence à linhagem de Bob Dylan.

Em 1965, Dylan desafiou os fiéis que o acusavam de traidor por ter “eletrificado” seu som.

Adeus, violão. Tocou guitarra, foi vaiado e quase agredido fisicamente.

Num show no Albert Hall, em Londres, no mesmo ano, acompanhado do grupo que viraria a fabulosa The Band, um fulano gritou da plateia: “Judas!”.

Ele respondeu no microfone: “Eu não acredito em você. Você é um mentiroso”. E então se vira para a banda e diz: “Toquem alto pra caralho” (“Play it fucking loud”).

E entra “Like a Rolling Stone”.

Viva Chico, viva Dylan, viva a arte.

Enquanto isso, as Elbas Ramalhos passeiam entre os comunistas espalhando covid-19 no calo dos cristãos.

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