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Até a campanha de vacinação virou zona

Abr 07, 2021

Por Bepe Damasco                                                                                                     

No país em que a desigualdade social é uma das grandes vergonhas nacionais, e o ódio devotado pela elite aos pobres e negros está na raiz de suas mazelas, a apropriação das escassas vacinas pelos mais ricos era mesmo uma questão de tempo.

Escrevo enquanto o Congresso Nacional vota os destaques ao projeto de lei aprovado na véspera, que permite aos empresários a compra de vacinas, com registro na Anvisa ou não, para vacinarem a si mesmos e aos seus empregados, desde que transfiram a metade das doses adquiridas para o Sistema Único de Saúde.

Bom, isso é o que diz a lei, porque pairam chuvas e trovoadas sobre a possibilidade real de haver fiscalização dos capitalistas importadores de imunizantes por parte de um governo onde nada funciona, como o de Bolsonaro.

Mas essa jabuticaba brasileira (inexistente até mesmo em países como EUA e Canadá, mecas da medicina privada) ainda contém outras aberrações.

Na prática, o governo federal funcionará como intermediário dos empresários na compra de vacinas, pois caberá ao Ministério da Saúde sua aquisição e posterior  encaminhamento aos compradores. Convenhamos que não é função de órgão de governo operar como setor de importação e exportação de empresas.

Enquanto os ricos furam fila na maior cara de pau, com base no lema “farinha pouca, meu pirão primeiro”, o outrora reconhecido e celebrado sistema de imunização brasileiro faz água por todos os lados, vítima de um governo negacionista e anticiência, embora a estrutura esteja toda preservada e os profissionais de saúde comprometidos e abnegados não estejam poupando esforços para oferecer o melhor atendimento possível. 

Mas, além da falta de vacina, o sistema sofre com decretos estapafúrdios de alguns prefeitos e governadores, que se rendem a todo tipo de lobby para literalmente esculhambar a lista de grupos prioritários. Também o Judiciário tem dado sua “preciosa” contribuição para, através de decisões esdrúxulas, fazer da campanha de imunização uma verdadeira zona.

Isso num país que contabiliza mais de 330 mil mortes, com 4 mil óbitos diários. Haja tristeza! 

 

 

                                                                                                                                                                                                                                                                  

 

 

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