Foto: Alan Santos/PR
Sem ser capaz de produzir uma única ideia original sobre programas sociais que contribuam para melhorar minimamente a vida das pessoas mais pobres, Bolsonaro tem se limitado a copiar, não sem antes maquiar, desvirtuar e deformar, políticas vitoriosas dos governos do PT.
A aposta envolve alto risco político. Bolsonaro pode estar por tabela fortalecendo ainda mais no imaginário popular a ideia de que o PT prioriza em seus governos o investimento na inclusão social, o que é reconhecido até por adversários do partido.
É aquela história: entre o original e o arremedo de imitação, a tendência do eleitorado é abraçar a primeira opção.
Tomemos como exemplo o fim do Bolsa Família, programa que granjeou ao longo de seus 18 anos de existência reputação internacional devido a sua solidez, abrangência e eficiência no combate à pobreza extrema. Sem falar que as condicionantes e contrapartidas exigidas pelo programa, a exemplo de vacinação das crianças e frequência escolar, ajudavam a alargar os horizontes da cidadania.
No seu lugar, foi criado o Auxilio Brasil, uma geringonça oportunista e eleitoreira, cujo único objetivo é tentar reverter a enorme vantagem eleitoral de Lula nas classes D e E.
É forçoso reconhecer que os R$ 400 mensais do novo auxílio pode mesmo trazer algum retorno político e diminuir um pouco a alta rejeição de Bolsonaro na fatia menos favorecida da população. Duvido, porém, que o Auxílio Brasil tenha o condão de virar o jogo em favor de Bolsonaro.
Idem, idem para o perdão de até 92% da dívida com o FIES dos estudantes de baixa renda e outras caronas demagógicas pegas pelo governo Bolsonaro que nada têm a ver com sua ideologia.
Sim, porque esse é um governo que tem ódio visceral dos pobres. E enganam-se os que pensam que os brasileiros e brasileiras que disputam osso para comer não sabem disso.
A grande maioria dos quase 40 milhões de desempregados e precarizados também têm absoluta consciência de como suas vias pioraram sob Bolsonaro.
Quem dúvida é só esperar outubro chegar.