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Desaparecimento prova que 'black blocs' serviam ao fascismo

Mar 21, 2022

Por Bepe Damasco                                                                                                                    

20 de junho de 2013. Com o Brasil sendo sacudido pelas manifestações de rua que não paravam de crescer, os dirigentes da CUT-RJ, entidade na qual eu à época trabalhava como assessor de comunicação, decidiram engrossar o ato marcado para aquele fim de tarde, na Avenida Presidente Vargas, no Centro do Rio.

Mal chegamos à concentração nas imediações da igreja da Candelária, no Centro do Rio, fomos recebidos por uma estrepitosa vaia. Logo, nos defendíamos como era possível das agressões de uma turba enfurecida que, colérica, vociferava “Ei, CUT vai tomar no c...”. Ainda bem que ninguém se feriu.

O episódio, no entanto, reforçou a minha convicção de que a parte da esquerda que teimava (e, pasme, ainda teima) em romantizar as tais jornadas de junho estava profundamente equivocada, pois as ruas haviam sido dominadas pela intolerância fascista. Claro que a generalização seria de uma burrice atroz.

Muitos jovens aderiram ao movimento acreditando que o “gigante tinha acordado” e que a luta era primeiro contra o aumento da passagem de ônibus e depois por saúde, educação e contra a corrupção, entre outras pautas. Tudo devidamente turbinado pela Globo. Essas reivindicações difusas e desprovidas de um mínimo de estratégia de conquista, porém, em pouco tempo viraram cortina de fumaça para que o ovo da serpente do fascismo fosse chocado em praça pública.

Dispensa maiores comentários a tragédia que se abateu sobre o Brasil na sequência, com Lava Jato, golpe de estado e, finalmente, as trevas bolsonaristas.

A motivação para este artigo surgiu quando li a notícia de mais um tarifaço de 17% na energia elétrica, que se seguiu ao mega-aumento dos combustíveis.  Aí foi impossível não recuar no tempo e traçar um paralelo entre o Brasil de 2013, presidido por Dilma Rousseff, e o de 2022, governado por Bolsonaro.

Brasil 2013

Desemprego – 4,3%, o menor da história
Inflação – 5,91%
Preço da gasolina – R$ 2,64
Preço do diesel – R$ 1,99
Preço do gás de cozinha – R$ 41,95
Ameaças à democracia – Zero
Fome – Zero. O Brasil estava fora do mapa da fome da ONU
Colocação do Brasil no ranking das economias mundiais – 6º

Brasil 2022

Desemprego – 12%
Inflação – 10,54%
Preço da gasolina – R$ 8,00
Preço diesel – R$ 6,90
Preço do gás de cozinha – R$ 130
Ameaças à democracia – Todos os dias
Fome – 19 milhões passam fome e outros 40 milhões têm dificuldades para se alimentar
Colocação do Brasil no ranking das economias mundiais – 13º

Mas os "black blocs", mascarados que quebravam tudo que viam pela frente, em 2013, desapareceram por completo. Quer dizer, então, que no governo Dilma havia motivos para a violência “revolucionária”, mas  hoje, quando o Brasil está sendo destruído pelo bolsonarismo, não?  

Os militantes pretensamente anarquistas que depredavam pontos de ônibus, agências bancárias, vitrines de lojas e incendiavam carros e ônibus há quase nove anos são incapazes de promover um reles protesto diante dos supermercados, que nos dias atuais praticam preços totalmente inalcançáveis para a maioria esmagadora do povo brasileiro. E a proposta de valor da tarifa dos trens urbanos do Rio a R$ 7? E as barcas a R$ 6? E o colapso do sistema dos BRTs?

Ante a forte perspectiva da eleição de Lula em outubro, faço votos que setores da esquerda tenham aprendido essas lições do passado recente, pois o tempo, como senhor da razão que é, não deixa dúvida de que grande parcela do movimento dos "black bloks" servia a grupos de extrema-direita, cujo objetivo era solapar o regime democrático, e de milicianos de todos os matizes, sempre prontos a se beneficiar com a instalação do caos.

                                                                           

 

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