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Matança no Rio: passou da hora do povo parar de votar nos seus carrascos

Out 29, 2025

Por Bepe Damasco                                                                                       

Corpos levados por moradores à Praça São Lucas, na entrada da Vila Cruzeiro, na Penha - Foto: Betinho Casas Novas/G1

Depois de um dia de pânico e terror que produziu 64 mortos, entre os quais quatro policiais, o Rio amanheceu nesta quarta-feira (29) com uma cena chocante: os moradores do Complexo da Penha resgataram na mata, e expuseram na praça, mais 66 cadáveres.

Por enquanto, o total de mortos chega a 130.

E o governador bolsonarista Cláudio Castro, responsável pela carnificina, ainda protagonizou um episódio deplorável ao tentar culpar o governo federal.

Logo ele que é um dos governadores que mais tem trabalhado contra a PEC da Segurança Pública, do governo federal, cuja essência contempla justamente a integração das forças de segurança, defendida de forma leviana e demagógica por Castro ontem.

Fiquei me perguntando: quantos moradores dos Complexos da Penha e do Alemão votaram no então candidato à reeleição Cláudio Castro, em 2022 ? Na certa, a maioria  dos eleitores.  

A fórmula dos candidatos conservadores e reacionários, que odeiam os pobres e a pobreza, nas favelas e demais áreas populares é conhecida: com o reforço das igrejas neopentecostais, pintam os adversários do campo progressista como inimigos da família, defensores do aborto e anticristos, pavimentando o caminho para a conquista dos votos dessas comunidades. 

Uma vez no poder, não hesitam em apontar suas armas para o povo. Isso tem que acabar. O assunto é complexo, envolve várias fatores e o enfrentamento requer ações de curto, médio e longo prazos. Mas uma campanha pela valorização do voto tem que ser prioridade para a esquerda democrática. 

Não há dúvida, porém, que o voto na turma do "bandido bom é bandido morto" está na raiz dessas tragédias. 

Os milhares de agentes (muitos destreinados e sem o menor traquejo para operações como essa) enviados pelo governador para a empreitada funesta agiram como policiais, promotores e juízes. Tudo leva a crer que a ordem de cima era atirar a esmo para matar, em uma operação sem planejamento e inteligência.

Fora a chacina, reportagem publicada no portal UOL, com base em relatório da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, revela os abusos e as violações cometidas pela polícia na Penha e no Alemão, como espancamentos de populares, disparos indiscriminados contra pessoas e casas, além de incêndio de algumas residências. 

A pergunta que não quer calar é: quantos entre os executados eram efetivamente criminosos? Pelo histórico da polícia do Rio, há um número significativo de inocentes ou apenas suspeitos.

Mas foram eliminados sem dó nem piedade, em um país onde, oficialmente, não há pena de morte.

 

 

 

 

 

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