A plutocracia brasileira e seus serviçais nos grupos de mídia e no aparelho de Estado jamais aceitarão que um nordestino, operário e sem diploma superior tenha chegado tão longe. Único líder de massas do país, Lula é tido e havido no mundo todo como um estadista de primeira linha. Por isso, seu recurso à ONU, que deixou a elite brasileira de calças na mão, virou notícia em mais de 50 jornais espalhados ao redor do planeta.
Inoculado pelo monopólio midiático, o ódio dos bem nascidos do país a Lula cresceu de forma vertiginosa depois de seus dois mandatos presidenciais, nos quais o filho da pobreza mostrou mais competência do que todos os doutores que governaram o Brasil em 500 e poucos anos.
Os resultados apresentados por Lula acentuaram a incapacidade da burguesia brasileira de governar para os que mais precisam. E, para turbinar o ressentimento e a frustração dos poderosos, em qualquer quesito que se queira confrontar, os indicadores dos oito anos de governo Lula ganham de goleada de todos os conservadores que presidiram a República.
Esse homem é, portanto, um perigo para os ricos, que sabem que, no voto, perderão mais uma eleição. Desesperados, lançam mão de uma sórdida perseguição, uma caçada que envolve instituições que deveriam primar pela imparcialidade e isonomia, mas, em escandaloso desvio de finalidade, se transformaram em braços políticos da plutocracia. É o caso da Polícia Federal, do Ministério Público e do Judiciário.
A agravar esse quadro antirrepublicano marcado por afrontas ao sistema de garantias individuais, entram em cena os aspectos mais sombrios da alma humana. Ressalvando a obviedade de ninguém está cima da lei, quem é o juiz de primeira instância Sérgio Moro, homem de reconhecidas poucas luzes intelectuais e ralo estofo jurídico, para desrespeitar e agredir um líder político omo Lula, com relevantes serviços prestados ao país e à democracia ?
Na República de Curitiba, que segue à risca uma cartilha de combate à corrupção na qual só petistas são punidos e sempre que surgem graves denúncias contra a direita Moro diz que "não vêm ao caso", foi criada uma força-tarefa que é um gritante exemplo de violação das regras previstas na Constituição.
Ali se misturam de forma promíscua juízes, promotores e delegados. Quem acha natural que a acusação se confunda com a atuação de um juiz deve procurar ler um pouco mais sobre sobre o papel constitucional de cada instituição.
Durante entrevista concedida há alguns meses, após a milésima fase da operação Lava-Jato, um dos representantes do MP nessa força-tarefa, de quem não lembro o nome, só se referia a Lula como "Luiz Inácio". Exemplo : "Na nossa opinião, Luis Inácio é o dono do sítio, etc e tal." Discursava para a mídia com um jeito debochado e ar de superioridade. Como diz o povo, "a inveja é uma merda."