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A pesquisa Ipec divulgada na noite desta terça-feira (30), realizada entre os dias 27 e 29 (já refletindo as sabatinas do JN, o início da propaganda na TV e até um pouco do debate na Band, já que os pesquisadores estiveram em campo também na segunda-feira) não traz grandes novidades em termos da corrida para os governos estaduais do Rio, de São Paulo e Minas Gerais.
Contudo, confirma que o eleitorado tende a relativizar, pelo menos nesta fase da campanha, a importância do apoio dos candidatos a presidente aos concorrentes aos governos dos estados como elemento de definição de voto.
Vejamos: dos três estados do Sudeste, só em São Paulo o líder das pesquisas para o governo do estado e o candidato a presidente são aliados, no caso de São Paulo do mesmo partido. Lula está na frente com 40% (Bolsonaro tem 31%) e Haddad lidera com 32%.
Em Minas, Lula mantém boa vantagem sobre Bolsonaro (45% a 30%), mas Zema (Partido Novo) e próximo a Bolsonaro segue com larga vantagem sobre Kalil, do PSD, candidato apoiado por Lula: 44% a 24%.
No Rio, o atual governador Cláudio Castro, candidato à reeleição e aliado de Bolsonaro, abriu seis pontos percentuais de vantagem em relação a Marcelo Freixo, candidato da esquerda apoiado por Lula. Castro chegou a 26% contra 19% de Freixo. Mas quem está na dianteira no estado é Lula, marcando 39% a 36%, embora a diferença se situe dentro da margem de erro da pesquisa, que é de três pontos percentuais.
Moral da história: parte expressiva dos eleitores dos maiores colégios eleitorais do país vê as disputas em seus estados de forma independente da eleição para presidente da República. O desafio das campanhas de Freixo e Kalil é identificar quais são os nós que dificultam a nacionalização da campanha no Rio e em Minas.
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Dá-lhe Globo
Reportagem do portal UOL, do Grupo Folha, revelou que a família Bolsonaro comprou nada menos que 51 imóveis com dinheiro vivo. Um caso escabroso como esse de corrupção envolvendo um presidente da República, seus filhos, irmãos, ex-mulheres e até a mãe seria manchete em qualquer veículo de comunicação do planeta. Menos na Globo, que só nesta quarta-feira, um dia depois da denúncia, publicou a notícia, mesmo assim sem grande destaque, no G1. Deve ser uma retribuição à volta dos anúncios do governo federal na TV Globo.
Fonte ou torcida?
Poucas horas antes da divulgação da ultima pesquisa do Ipec, entra em contato um amigo para dizer que leu no Estadão e ouviu na GloboNews a previsão de que os números do antigo Ibope mostrariam uma redução da diferença de Lula para Bolsonaro, o que não se confirmou. As fontes citadas pelos jornalistas eram “especialistas”. Aquela coisa do sujeito oculto ou indeterminado, velho expediente para encobrir muitas vezes a torcida para que determinada situação se concretize.
Sábia decisão
Acertada a decisão de Lula e do comando de sua campanha de comparecer a só mais um debate no primeiro turno: o da Rede Globo. E mesmo assim se Bolsonaro for. A informação foi dada pelo respeitado colunista do UOL, jornalista Kennedy Alencar. A prioridade será focar em viagens, comícios, entrevistas e campanhas no rádio e na televisão, além de reforçar a campanha para ampliar a diferença de Lula entre as mulheres e seguir agindo para frear o avanço de Bolsonaro entre os evangélicos.
Utilidade pública
Rola nas redes: a candidata Simone Tebet, que é de Mato Grosso do Sul, faz parte da bancada ruralista e ajudou a eleger Bolsonaro. Como senadora, apresentou projeto que pede a suspensão da demarcação da terras indígenas e determina o pagamento de indenizações para fazendeiros invasores. Seu marido, o deputado estadual Eduardo Rocha, atuou com destaque na CPI da assembleia legislativa de seu estado contra o Conselho Indigenista Missionário, entidade que defende os povos indígenas.