Lula comemora a vitória junto com o povo, na Avenida Paulista. Foto: Ricardo Stuckert
Só Lula seria capaz de derrotar a poderosa máquina estatal, posta sem o menor pudor a serviço do fascismo.
Para quem se assustou com o resultado apertado que, claro, mostra que o bolsonarismo é forte, faço um convite à reflexão.
Imagina se houvesse paridade de armas, se a legislação eleitoral não tivesse sido rasgada, com a decretação de um estado de emergência artificial e flagrantemente inconstitucional?
Imagina se quaisquer pruridos de responsabilidade fiscal não fossem atirados no lixo, com o despejo de quase 100 bilhões na sociedade, para comprar votos?
Imagina se o maior derrame de dinheiro público feito às vésperas de uma eleição não tivesse contemplado tantos brasileiros pobres via Auxílio Brasil (até empréstimo consignado rolou) turbinado e ampliação do vale-gás?
Imagina se o governo federal não panfletasse dinheiro entre taxistas e caminhoneiros, com parcelas de 1 mil reais mensais, quase sempre pagas antecipadamente?
Imagina se Bolsonaro não usasse a estrutura do governo federal à luz do dia, e sem ser incomodado pela justiça eleitoral, para fazer campanha eleitoral em horário de expediente (o que para ele não conta muito, pois não é chegado ao trabalho) e dentro dos palácios do governo?
Imagina se os casos de assédio de empregadores bolsonaristas sobre os trabalhadores não batessem todos os recordes nestas eleições?
Imagina se as fake news do bolsonarismo, cada vez mais sujas e criminosas a ponto de acusar Lula de querer fechar igrejas e de instituir banheiros unissex, não atingissem o volume e a intensidade verificados neste pleito?
Imagina se setores expressivos das forças de segurança do Estado, como a Policia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, não traíssem sua função republicana e não se comportassem como cabos eleitorais do candidato à reeleição?
Sem dúvida, a vitória de Lula seria bem mais folgada. Mas a história da humanidade revela o quanto é penoso derrotar o fascismo.
A vitória de Lula, do povo brasileiro e da democracia é, portanto, gigantesca. Esta noite fui dormir pensando: “que baita privilégio ser contemporâneo do maior brasileiro de todos os tempos.”
Viva Lula!
PS: Hoje encerro a coluna especial do meu blog “A eleição de nossas vidas.” Muito obrigado a todos e todas pela atenção.