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A história do Brasil através da sede da UNE

Por UNE                        

Longa-metragem deverá ser lançando em 2017, ano que a entidade comemora 80 anos

O documentário Praia do Flamengo 132 vai narrar os acontecimentos históricos envolvendo o endereço mais famoso da sede da UNE, no Rio de Janeiro. O longa deverá ser lançado no primeiro semestre de 2017, ano em que a entidade comemora 80 anos. Ele deve entrar em festivais e circuitos de cinema.

Em fase de gravação, Praia do Flamengo 132 vai escarafunchar documentos, fragmentos de vídeos, fotos, e trazer entrevistas de figuras que fizeram parte de algum período histórico deste endereço.

“A história do Brasil passou por aquela sede”, destacou o diretor do documentário, Vandré Fernandes. “Desde o início quando os estudantes ocupam o Clube Germânia pressionando para que o governo de Getúlio assuma o lado dos aliados”, explicou.
Ele fala do ano de 1942, em meio aos acontecimentos da Segunda Guerra Mundial, os estudantes ocuparam o prédio onde funcionava o Clube Germânia. No mesmo ano, o presidente Getúlio Vargas formalizou a doação do imóvel para a entidade e assumiu posição no conflito mundial contra o nazifascismo.

“Mas nem só de política vai falar o documentário, afinal grande parte da cultura do país passou por aquela sede mesmo antes do Centro Popular de Cultura da UNE”, destacou Fernandes.
Ele conta que os primeiros ensaios do balé do Teatro Municipal do Rio de Janeiro aconteciam na sede e também um dos primeiros ensaios do Teatro Experimental do Negro em 1943 que contava com a brilhante presença de Grande Otelo.

O documentário vai trazer entrevistas com figuras como o cineasta Cacá Dieguez, o poeta Ferreira Gullar, os atores Milton Gonçalves, Flávio Migliaccio e Vera Gertel; o músico Carlos Lyra, autor do hino da UNE; expoentes do CPC, um organismo vivo que movimentava a cultura no país e reunia intelectuais e artistas, engajados na luta contra o regime autoritário da década de 60 e defensores do caráter coletivo na arte.

Além disso, falarão também os ex-presidentes da UNE importantes para o contexto, como Aldo Arantes, José Serra, Aldo Rebelo, Fernando Gusmão, Gustavo Petta, até a atual presidenta Carina Vitral, bem como outras figuras políticas.

EU VEJO O FUTURO REPETIR O PASSADO
Fernandes cita Cazuza para ressaltar a contemporaneidade da luta da UNE por democracia.

A primeira ação no dia do Golpe em 1º de abril de 1964 foi metralhar e incendiar a sede da UNE no famoso endereço. Mas o diretor do documentário afirma que por ser sempre uma referência no enfrentamento do conservadorismo e na defesa das pautas progressistas a entidade sempre foi um alvo, mesmo antes da ditadura.

“Eu vejo o futuro repetir o passado. Quando os grupos de direita saem do seu esconderijo a primeira coisa que fazem é atacar a UNE. Isso aconteceu em 64 e agora este ano quando a sede em São Paulo foi pichada. Sempre sendo tencionada por grupos de direita como um antro de comunistas, temos a UNE como a instituição principal na luta pela democracia e os fascistas não toleram este tipo de coisa”, afirma.
Em 1992 o presidente Itamar Franco assinou um termo de compromisso em que o governo estava devolvendo para a UNE sua sede.

No ano 2000, o presidente da entidade, Wadson Ribeiro, liderou uma grande luta pela retomada do terreno junto ao governo do Rio de Janeiro. Mas foi somente em 2007, com uma grande passeata realizada após a 5ª Bienal da UNE que foi possível a retomada do espaço. Portões foram derrubados e os estudantes voltaram ao seu lar histórico.

Em 2009 o Congresso Nacional aprovou por unanimidade uma lei indenizando a UNE pela perseguição sofrida na ditadura. Agora em 2016 a reconstrução da sede na UNE na Praia do Flamengo 132, a “casa dos sonhos invencíveis” desenhada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, segue a todo vapor.

Para Fernandes o retorno da juventude para aquele espaço é uma ação simbólica muito importante. “Quando você vê toda a história da UNE e sua sede você percebe a importância da instituição e da sua sede não só no aspecto físico, mas no simbólico, de resistência na luta democrática”.

 

 

 

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