No dia 19 de abril, declarado Dia do Índio em 1943, pelo presidente Getúlio Vargas, a direção da CUT divulgou um manifesto de apoio à luta dos povos indígenas do Brasil e à realização da 14ª edição do Acampamento Terra Livre, em Brasília. O evento é a maior mobilização de povos indígenas do país. Durante os três dias, serão realizadas marchas, atos públicos, audiências com autoridades dos três poderes, debates, palestras, grupos de discussão e atividades culturais. Leia abaixo a nota da direção da CUT.
Todo apoio à luta dos povos indígenas
De 24 a 28 de abril Acampamento Terra Livre
O abril de 2017 deve ser o mais importante marco de resistência e de luta da classe trabalhadora, dos movimentos populares, das mulheres, das juventudes, contra os brutais ataques que o tenebroso governo golpista vem desferindo contra o povo brasileiro juntamente com os seus sócios do parlamento, do judiciário e da mídia. Também as principais lideranças indígenas estarão mobilizadas neste período, demarcando as suas posições e defendendo seus direitos.
De 24 a 28 de abril o Acampamento Terra Livre, promovido pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), reunirá em Brasília mais de 1.500 lideranças indígenas de todo o país para debater e organizar a luta sobre temas cruciais como: os projetos de lei anti-indígenas que tramitam no Congresso, a paralisação das demarcações, o enfraquecimento da FUNAI e das políticas públicas indígenas, impactos de grandes obras nas suas terras, a criminalização de lideranças indígenas.
Nesse contexto, está a criminalização do direito à terra vinculada diretamente ao direito à vida de culturas indígenas. Atacar as possibilidades de demarcação de terra indígena, entre outros elementos, constitui uma ofensiva contra a diferença e a diversidade que são fundamentais num estado democrático e plurietnico previsto na Constituição de 1988.
Desta forma, o Acampamento Terra Livre reforça o combate à miséria, fome, doenças e mortes entre povos indígenas e, ao mesmo tempo, a defesa do regime simbólico dessas culturas, cujas estruturas regulam sistemas de regras e valores orientadores da vida cotidiana. Assim, a defesa dos direitos humanos justapõe a vida simbólica e a vida material.
Saudamos o Acampamento Terra Livre, a resistência e o combate dos povos indígenas pelos seus direitos, pois se somam à luta da classe trabalhadora e dos movimentos populares para derrotar as reformas e as medidas golpistas de Temer .
Levantemos bem alto todas as nossas bandeiras, nossas palavras de ordem e os mais belos cantos de guerra. Neste Abril Vermelho, vamos construir a GREVE GERAL de 28 de abril, derrotar as reformas golpistas e o golpe!
Sergio Nobre, Secretario-Geral
Maria Aparecida Faria, Secretaria Geral Adjunta
Jandyra Uehara Alves, Secretaria Políticas Sociais e Direitos Humanos