Em 1988, o atual governador do Pará, Simão Jatene (PSDB), era secretário de Planejamento e também tinha o discurso de que a privatização das Centrais Elétricas do Pará (Celpa) iria melhorar o serviço e baratear a tarifa. Dezenove anos depois da venda da empresa, a tarifa teve um aumento de 513% (dos do final de 2016), enquanto a inflação no período foi de 232%.
Além do aumento abusivo da tarifa, a compra da atual Celpa Equatorial também provocou demissões, acidentes de trabalho, má qualidade dos serviços e lucro, muito lucro para os empresários. De acordo com dados do Sindicato dos Urbanitários do Pará divulgados no blog “Falando Verdades”, somente nos últimos três anos, a Celpa teve um lucro milionário de mais de R$ 1 bilhão.
Apesar do grande lucro, não se percebe melhorias nas condições de trabalho e nos serviços prestados aos consumidores. Uma das explicações é a prática excessiva da terceirização, ou seja, a contratação de empresas para fazer as principais atividades. Hoje, cerca de 80% dos serviços são repassados às empreiteiras e são apenas cerca de 1.400 trabalhadores próprios e aproximadamente sete mil terceirizados.
Com isso, a empresa não se responsabiliza pelos serviços que oferecem maiores riscos e também não fiscaliza corretamente os serviços das empresas contratadas. O resultado é o aumento dos acidentes de trabalho, já que os trabalhadores das empresas são expostos a jornadas abusivas e sem treinamento adequado. O nome disso é precarização do trabalho.
Não é à toa que a Celpa ficou em 62º lugar entre as 63 empresas concessionárias de energia na última pesquisa realizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), em 2016, para medir o índice de satisfação do consumidor. 63) pesquisa Iasc 2016 (Índice ANEEL de Satisfação do Consumidor).