Foto Marcello Casal Jr./Agência Brasil - Marcha das Margaridas de 2011
A Marcha das Margaridas de 2019 vai denunciar, nos dias 13 e 14 de agosto, os retrocessos do último período e dizer qual país elas precisam para viver e trabalhar com dignidade
O que move milhares de trabalhadoras rurais a participar da Marcha das Margaridas, organizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (CONTAG), é a certeza de que a ida à capital federal mudará a realidade do trabalho e da vida das camponesas de todos os cantos do país.
“É a certeza de que só a luta e a resistência, a persistência e a coragem podem transformar vidas daquelas que eram invisíveis para o estado brasileiro”, afirma a vice-presidenta da CUT, Carmen Foro.
E ela fala com a propriedade e experiência de uma agricultora familiar do Pará que participou da primeira marcha no ano de 2000, época em que cuidava de suas terras em Igarapé Miri. “a marcha é capaz de mover nosso coração, nossa alma, é uma paixão verdadeira para transformar o país”.
Para descrever a diversidade das camponesas que participam da maior ação de mulheres da América Latina, Carmen escolheu a simbologia que um trecho da música oficial das Margaridas representa:
“Somos de todos os novelos. De todo tipo de cabelos, grandes, miúdas, bem erguidas. Somos nós as Margaridas – a gente vem de todos os lugares do Brasil”.
E isso acontece de quatro em quatro anos, quando camponesas de todos os sotaques - do sertão, do sul, do norte, de todas as regiões do Brasil - cruzam céus, rios e terras para “florir” Brasília. As trabalhadoras rurais pegam seus colchonetes, suas roupas, utensílios de higiene pessoal, cobertor, medicamentos, protetor solar, bonés e o chapéu de palha com sua margarida de enfeite, se organizam em caravanas e vão marchar nas ruas de Brasília para lutar pelos seus direitos. Até chegar a capital federal, seguem de barco, de ônibus, de carona e até de avião.