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Longas jornadas aumentam número de mortes de trabalhadores

Por CUT Nacional                                                                                                                                           

Pesquisa da Organização Mundial da Saúde (OMS) e Organização Internacional do Trabalho (OIT) comprova as longas jornadas de trabalho têm contribuído para aumentar o número de mortes por doenças cardíacas e derrames de trabalhadores e trabalhadoras.

Entre 2000 e 2016, a quantidade de mortes em consequência desses problemas aumentou 29%. Ao todo, 745 mil pessoas perderam suas vidas em 2016 pelo excesso de trabalho.

O problema se agravou com a pandemia do novo coronavírus, que obrigou empresas a trocar o trabalho presencial pelo trabalho em casa para conter a transmissão do vírus e, com o home office, estima-se um aumento de jornada de cerca de 10%.

“A pesquisa chama a atenção para alguns pontos. O primeiro é que cerca de três quartos das pessoas que morreram são do sexo masculino”, afirma o diretor-adjunto do Dieese, José Silvestre em entrevista ao jornalista Glauco Faria na Rádio Brasil Atual nesta sexta-feira (21).
 
Silvestre, concorda que o problema é especialmente delicado na pandemia, já que existem evidências do aumento da jornada neste período. Para ele, é necessário rever a questão da jornada excessiva, uma pauta histórica do movimento sindical, que há anos defende a redução de jornada, em praticamente todos os setores da economia no país.
 
Uma alternativa para garantir a manutenção dos direitos trabalhistas durante a pandemia, é o direito à desconexão, já que as relações de trabalho hoje são mediadas principalmente por vias digitais. Esse direito está previsto, entre outros, no acordo global celebrado há poucos dias entre a IndustriALL Global Union e a fabricante francesa de automóveis Renault.

O acordo estabelece direitos e garantias para os trabalhadores na modalidade do teletrabalho. Questões como privacidade, segurança, respeito às jornadas de trabalho estabelecidas, além do direito à “desconexão”, fazem parte do novo pacto negociado.

“A pessoa fica conectada a maior parte do tempo, está ligada o tempo todo. Há inclusive uma confusão, como se a casa fosse a extensão do trabalho”, afirma Silvestre.

Com informações da RBA

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