O Sinpro-Rio completou 94 anos no dia 31 de maio. O Sindicato sempre esteve na luta pelos direitos dos trabalhadores, em defesa da Educação Pública e a valorização do professor e da professora.
O Sinpro-Rio, fundado em 1931, foi o primeiro Sindicato Docente do país. Reconhecimento que não durou muito. Poucos anos depois, os professores tiveram de enfrentar a perseguição do Governo Vargas.
Somente por meio de muita luta, em 1940, se conquistaram grandes avanços que se mantêm até hoje. A profissão foi regulamentada, com direito às férias, a carteira de trabalho e o abono de dias de gala e luto. Em 1947, através da luta do seu Sindicato a categoria conquista seu primeiro Acordo Coletivo, com a remuneração mínima e a gratuidade para os filhos dos professores. Direitos que só se efetivaram anos depois, após muita pressão da categoria, em 1960.
O Sinpro-Rio possui uma longa trajetória de defesa da democracia. Em 1961, parte da sua diretoria foi presa no movimento para que João Goulart assumisse a presidência. Com o golpe militar de 1964, enfrentou forte repressão. O professor Affonso Saldanha, reeleito em 1969 pelo voto dos associados, foi impedido de tomar posse. No ano seguinte, esteve submetido a torturas que abalaram sua saúde e ocasionaram sua morte em 1974, aos 56 anos.
Em meio à onda de mobilizações que abalaram o ABC Paulista em 1979, o nosso Sindicato se manifestou pelo fim das prisões/torturas, e, principalmente, na luta pela anistia ampla, geral e irrestrita. Organizou uma das maiores greves de sua história, resultando em conquistas importantes para a categoria, como o reajuste de 44% de aumento no ensino superior e 56% na educação básica.
Nessa conjuntura, o nosso Sindicato adquiriu uma nova sede, localizada até hoje em Campo Grande. A subsede foi responsável por concretizar a extensão de bases para Itaguaí, Seropédica e Paracambi. A criação de uma Comissão de Mulheres também em 1980, compõe o cenário de retomada do sindicato no final da Ditadura.
Em 1987, o Sinpro-Rio organizou uma grande Greve dos professores da Educação Superior Privada. O resultado desse processo é a nossa, ainda atual, Convenção Coletiva de Trabalho para esse setor, reconhecida como uma das melhores do país. Foi conquistada a estabilidade de 90 dias após o término da licença maternidade e os patrões tentaram e não conseguiram retirar o direito à gratuidade para os filhos dos professores.
A partir dos anos 1990, o Sindicato travou uma firme batalha contra o neoliberalismo, com inúmeras iniciativas para manter a categoria mobilizada. Em 1991, foi fundada a Comissão de Aposentados e Pensionistas do Sinpro-Rio (COPAP) para organizar os professores e professoras aposentados(as). Nesse mesmo ano, foi realizado o I Congresso do Sinpro-Rio (ConSinpro), evento bianual que debate coletivamente as pautas mais importantes do professorado. A entidade também se engajou na luta contra os processos de privatizações, principalmente da Vale do Rio Doce e da Petrobras, além de realizar uma grande paralisação de 1999, quando os patrões tentaram novamente retirar nossos direitos adquiridos.
Em 2000, nosso Sindicato criou a Escola do Professor que esse ano completa 25 anos, um espaço destinado à atualização profissional dos professores e das professoras e à realização de atividades culturais e políticas. Em 2002, o Sinpro-Rio atuou decisivamente na elaboração do Plano Nacional de Educação, defendendo 10% do PIB e recursos do pré-sal para o financiamento da educação pública. Em 2006, organizou a Campanha de cuidados com a Voz, de grande sucesso junto à categoria.
Em 2012, nosso Sindicato participou da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Educação Superior na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ) contra a mercantilização do ensino, sob o lema “Educação não é Mercadoria”.
Em 2016, o Sinpro-Rio organizou a luta dos professores contra o governo golpista de Michel Temer e se engajou na luta em 2017 contra a reforma trabalhista que realizou forte investida contra a organização dos trabalhadores e suas entidades representativas. E posteriormente o Sindicato participou também da luta contra a reforma da previdência.
Em 2020, uma grande Assembleia aprovou uma Greve em Defesa da Vida, em meio à massiva contaminação na pandemia e a tentativa de reabertura insegura das escolas.
Em 2022, apesar de elegermos um governo com espectro progressista, continua a exigência de uma permanente luta a favor da democracia. O Sindicato está na luta pela valorização do magistério e melhoria das condições do trabalho em uma época de “revolução digital” e sobrecarrega de trabalho, que está levando ao adoecimento dos professores.
Seguimos sem abrir mão da busca pela regulamentação do ensino privado e por seu controle pelo poder público.
O Sinpro-Rio comemora seus 94 anos de luta coletiva dos professores, como sempre engajado pela educação e pela democracia.