As mulheres Sem Terra de diversas regiões de Mato Grosso do Sul se reuniram nesta sexta-feira (16), em Campo Grande, capital do estado, para debater questões referentes ao planejamento de ações em 2016 e se aprimorar nos estudos sobre o protagonismo feminino nas lutas.
Na ocasião as companheiras debateram que há três décadas de Movimento, as mulheres Sem Terra passaram de coadjuvantes, que cumpriram papéis importantes, mas secundários, como a garantia da permanência das famílias nos acampamentos, a protagonistas da luta pela terra e do enfrentamento do capital.
De acordo com Atiliana Brunetto, dirigente nacional do setor de gênero do Movimento, que também faz parte da direção em MS, existe uma necessidade emergente de se fazer nos estados um balanço da participação das mulheres na organização e projetar ações rumo à construção de novas relações de gênero e contra a violência e o capital.
“Nos organizamos em debates, trocas de experiências, pois entendemos que quando uma mulher avança, nenhum homem retrocede, por isso estamos reunidas para que possamos avançar na participação das sem terras em nossa organização, da base a militância”, afirmou.
Na ocasião a companheira, Lucineia Freitas, do setor de gênero do MST, contribuiu com o debate e em sua fala e colocou a importância dos momentos de socialização e formação para fortalecimento da luta.
“As companheiras de MS estão no rumo certo, pois é socializando e estudando que nos fortalecemos na luta e conseguimos quebrar os tabus impostos pela sociedade capitalista machista em sua essência”, comentou.
As mulheres sem terra do MS estão se organizando para a Jornada de Luta no dia 8 de março, e para isso o debate de questões como a alimentação saudável, livre de agrotóxicos e a constante batalha contra os diversos tipos de violência praticado contra as mulheres, é fundamental para o enfrentamento ao capital.