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35 anos sem Vinícius de Moraes

Jul 11, 2015

Por Fernando Brito, no Tijolaço

 

 

Vinícius de Moraes, cuja morte completa hoje 35 anos, ainda é mais, muito mais, que um simples nome de rua.

Foi, como Drummond, uma referência para a esquerda juvenil dos anos 70, sempre a relembrar que a delicadeza, o amor, a paixão, o desejo jamais foram inimigos, antes o contrário, da vontade de mudar.

A onda moralista, hoje, despencaria sobre ele: “um devasso”, um imoral, um lascivo ocupando um posto na diplomacia brasileira e com esta intolerável mania de ser um homem simples.

Ainda mais um camarada meio herege, capaz de fazer músicas falando em Xangô, Yemanjá, Oxossi, o panteão pagão…

Despencaria, como despencou, com a ditadura dos “homens da moral” cassando o cargo diplomático que havia conquistado por concurso público…

Uma violência, certamente doída para ele, mas como o cargo de “pendurar paletó” que Gustavo Capanema, ministro da Educação de Getúlio, deu a Drummond, para que ele pudesse viver e “desperdiçar” aqueles míseros mil-réis da renda pública deixando uma obra monumental para a cultura brasileira.

Ah, se os brutos soubessem que se Vinícius recebesse um centavo por cada beijo que fez ser roubado, por cada suspiro que se deu, por cada amor que partejou, o poetinha seria um milionário…

Vinícius foi um símbolo, um marco, um precursor da capacidade de da elite intelectual brasileira de descobrir sua identidade e, sobretudo, de amar o povo brasileiro.

Uma aliança que, na prática, vem se perdendo ao longo das últimas dias décadas, quando se tornou “artisticamente incorreto” buscar e exaltar a “Gente Humilde”, que nunca tinha tido com quem contar.

Outro dia Caetano Veloso perguntou porque esta “besteira” de que “o artista tem de ser progressista”.

Só porque pessoas sensiveis, Caetano, como você fez tantas vezes em seus versos, acham que gente é feita para brilhar, não para sofrer.

E para cantar também os que sofrem, como fez Vinícius em seu “Operário em Construção”, declamado por outro que quebrou mas não vergou, o Taiguara.

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