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A Alemanha "se beneficiou claramente com a crise grega", em mais de 100 bilhões de euros, segundo um estudo divulgado hoje (10) pelo Instituto de Investigação Econômica Leibniz, informou a agência France Presse. O instituto, sem fins lucrativos, considerou que o valor representa a poupança garantida pela Alemanha por meio de baixas taxas de juros sobre as suas obrigações, resultantes da atração da sua economia sobre investidores assustados com a instabilidade grega.
Quando os investidores enfrentam dificuldades, procuram tipicamente um mercado seguro para o seu dinheiro, e a sólida economia alemã "se beneficiou desproporcionalmente" desse fato durante a crise da dívida na Grécia, diz o estudo, acrescentando que as poupanças "excedem os custos da crise, mesmo se a Grécia não pagasse todas as suas dívidas."
"Nos anos recentes, cada vez que os mercados financeiros souberam de notícias negativas sobre a Grécia, as taxas de juros sobre as obrigações do governo alemão caíram, e cada vez que as notícias foram boas, estas subiram", defende o documento.
A Alemanha exigiu à Grécia disciplina fiscal e duras reformas econômicas em troca da ajuda de credores internacionais.
O ministro das finanças alemão, Wolfgang Schäuble, opôs-se a uma reestruturação da dívida grega, apontando para o orçamento equilibrado do seu governo. O instituto, porém, defende que o equilíbrio orçamental alemão só foi possível graças às poupanças em taxas de juros por causa da crise de dívida grega.
Os estimados 100 bilhões de euros que a Alemanha poupou desde 2010 constituíram cerca de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Outros países como os Estados Unidos, a França e a Holanda também beneficiaram, mas "a um nível muito mais reduzido". O dinheiro investido pela Alemanha em pacotes de resgate internacionais chegou a cerca de 90 bilhões de euros.